Rede de tráfico associada a Nininho suspeita de lavar dinheiro com carros

O alegado cabecilha da rede é Mauro Amaral, um empresário com várias firmas que operam no setor automóvel. Amaral é suspeito de usar as vendas de carros para branquear o dinheiro da droga.

A rede de tráfico de droga que o cantor Nininho Vaz Maia alegadamente integra lavava o dinheiro do crime com várias empresas no ramo automóvel.

Recorde-se que o cantor foi constituído arguido no âmbito da operação “Skys4All”, investigação conduzida pelo Ministério Público de Loures e pela Polícia Judiciária (PJ), que visa desmantelar uma rede internacional de tráfico de droga com ligações à América Latina. As autoridades acreditam que o artista português terá adquirido cocaína a esta organização para distribuição em Espanha e que estava envolvido em esquemas de branqueamento de capitais, embora a defesa do cantor negue qualquer envolvimento e assegure total colaboração com a Justiça.

O alegado líder da rede é Mauro Amaral, empresário da Grande Lisboa com várias empresas no setor automóvel, avança o JN. Segundo a investigação, Amaral utilizava o negócio de compra e venda de viaturas para branquear os lucros provenientes do tráfico de droga, com a ajuda da irmã, advogada, também constituída arguida.

Ambos já foram ouvidos pelo juiz de instrução criminal de Loures e libertados com termo de identidade e residência. Amaral, que não foi detido na operação por não ter sido localizado a tempo, apresentou-se voluntariamente no escritório do seu advogado para manifestar disponibilidade em esclarecer os factos.

O modus operandi da organização envolvia o envio de malas com cocaína despachadas no Brasil, sem acompanhantes, que eram depois recolhidas por funcionários de handling subornados no aeroporto de Lisboa e entregues aos operacionais da rede.

Apesar de não ser um dos principais alvos da investigação, Nininho Vaz Maia é suspeito de ter colaborado com a rede entre 2021 e 2022. A apreensão de um telemóvel encriptado da rede Sky ECC, idêntico ao utilizado por outros membros do grupo, reforçou os indícios contra o cantor. Na sua residência, a PJ encontrou dinheiro em numerário, embora não tenha encontrado provas que o liguem diretamente à lavagem de capitais. No total, a operação resultou na apreensão de 150 mil euros.

Nininho Vaz Maia, de 37 anos, mantém a atuação prevista para a Queima das Fitas do Porto no próximo sábado, mas cancelou todas as entrevistas. Já no passado, aos 25 anos, cumpriu pena de prisão domiciliária após se envolver numa rixa na noite lisboeta. Foi inclusive nesta altura que se tornou conhecido após partilhar um vídeo na internet onde está a cantar com a pulseira eletrónica visível.

A investigação, sustentada por vigilância e escutas telefónicas, incide sobre suspeitas de associação criminosa, tráfico de droga e branqueamento de capitais.

ZAP //

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