A associação ambientalista Zero alertou esta segunda-feira que a humanidade vai atingir na segunda-feira o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para este ano, três dias mais cedo do que em 2018.
“Este ano o limite será atingido a 29 de julho, três dias mais cedo do que em 2018, em que a data foi 1 de agosto, sendo que a tendência tem sido a de adicionar o cartão de crédito ambiental cada vez mais cedo, não obstante todo o discurso político e público sobre economia circular e neutralidade carbónica”, refere, em comunicado, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Segundo a associação ambientalista, “todos os anos é apresentada uma estimativa sobre o dia em que a humanidade atinge o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para esse ano, ou seja, o orçamento natural, habitualmente designado como Overshoot Day (Dia de Sobrecarga da Terra)” e esse dia é segunda-feira.
Em comunicado divulgado em junho, a organização internacional Global Footprint Network, que calcula esta estimativa e fornece aos decisores pesquisas e ferramentas para que a economia mundial se desenvolva dentro dos limites ecológicos da Terra, referiu que 29 de julho é a data mais recuada desde que o planeta entrou em défice ecológico no início dos anos 70.
A mesma organização indica que, nos últimos 20 anos, a data que a humanidade terá esgotado os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar foi antecipada três meses.
A Zero refere que Portugal “é um contribuinte ativo para esta situação”, uma vez que, “se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que o nosso país, seriam necessários 2,5 planetas”. Este ano Portugal, gastou os seus recursos naturais disponíveis no dia 26 de maio, 21 dias mais cedo do que no ano passado.
“Atualmente, considerando a média mundial, estamos a consumir cerca de 1,75 planetas com a nossa voracidade de produção e consumo. A sobrecarga só é possível porque estamos a esgotar o capital natural da Terra, o que põe em causa o futuro da humanidade”, alerta a Zero. Para inverter esta tendência, a associação propõe a adoção de “novas práticas”, nomeadamente na alimentação e na mobilidade.
Na alimentação, a Zero defende a promoção de uma dieta alimentar “saudável e sustentável”, com a “redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo hortícolas, frutas e leguminosas secas.
A associação defende, igualmente, a aposta na mobilidade sustentável, melhorando o acesso e as condições de operação dos transportes públicos e estimulando as formas de mobilidade suave.
// Lusa
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