A iniciativa tinha caráter temporário, mas tem sido prolongada pelos sucessivos governos. Há agora 478 médicos reformados no SNS.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) estabeleceu um novo recorde em junho deste ano com a reintegração de 478 médicos reformados.
A contratação de médicos reformados começou em 2010, durante o segundo governo de Sócrates, e foi uma das medidas criadas para responder à carência de profissionais de saúde.
O regime excecional permitiu a reintegração de médicos reformados no SNS com a autorização prévia do ministro da Saúde. O regime estipulava que estes médicos podiam receber um salário e, em alguns casos, acumular uma parcela do seu rendimento de reforma.
Embora tenha sido originalmente concebido para durar apenas três anos, o regime foi prorrogado por vários governos e tornou-se cada vez mais popular. A adesão ao programa começou devagar, com apenas 46 médicos reformados a voltar ao ativo em 2010. No entanto, em 2015, o número de médicos reformados ativos no SNS já era de 217, explica o Público.
Em 2016, após o governo decidir que os médicos reformados poderiam acumular a pensão e 75% do salário correspondente ao seu nível e carga horária, o número aumentou para 301. O valor atingiu o seu pico em 2017, com 344 médicos reformados, caiu para 252 no ano seguinte quando ficou claro que os reformados não podiam continuar a trabalhar após os 70 anos.
Com a pandemia, o número voltou a subir, chegando aos 366 no final de 2021. Em junho de 2023, este número já era de 478, com a maioria a trabalhar a tempo parcial em centros de saúde.
Os dados geográficos mostram que a maioria dos médicos reformados trabalhava na região de Lisboa e Vale do Tejo (198) e no Norte (104). O Ministério da Saúde não forneceu informações específicas sobre as especialidades desses médicos, mas o Relatório Social de 2018 indicou que a maioria dos médicos reformados ativos pertencia a especialidades como medicina geral e familiar e medicina interna.