Um total de 2.451 reclusos – cerca de um quarto da população prisional – manifestaram intenção de votar nas eleições presidenciais, concluída a primeira fase do processo de voto antecipado dos reclusos, revelaram esta quarta-feira os Serviços Prisionais.
Em comunicado, a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) informa que, concluída a primeira fase do processo de voto antecipado dos reclusos, “manifestaram intenção de votar, inscrevendo-se na Plataforma do Voto Antecipado, 2.451 cidadãos privados de liberdade, mas usufrutuários dos seus direitos políticos”.
“Esta DGRSP consciente de que é matéria de reinserção social trazer os reclusos para o círculo dos cidadãos votantes, empenhou-se profundamente, desde o período anterior às últimas eleições legislativas, em despertar na população reclusa o interesse pelos atos eleitorais”, salienta a direção-geral, tutelada pelo Ministério da Justiça.
Nesta medida e logo nessa altura, refere o comunicado, “a DGRSP contactou e reuniu-se com a Comissão Nacional de Eleições e com os responsáveis do Ministério da Administração Interna (MAI) no sentido de se facilitar o voto dos reclusos, tendo-se obtido pequenas alterações nos procedimentos que muito facilitaram a inscrição dos reclusos”.
Internamente, prossegue a nota da DGRSP, o diretor-geral, Rómulo Mateus, escreveu aos reclusos e determinou a elaboração de cartazes alusivos aos atos eleitorais em que se apelava à participação cívica no voto.
Os cartazes foram afixados nas zonas prisionais, esclarece a DGRSP, dizendo que igualmente foi pedido aos técnicos de reeducação e aos professores colocados pelo Ministério da Educação no interior das prisões que desenvolvessem atividades académicas alusivas ao dever da participação política, nomeadamente nas próximas eleições presidenciais.
“Como resultado desta campanha, de uma percentagem de 9% de cidadãos reclusos votantes em 2015, o que espelhava as percentagens habituais, atingiu-se uma percentagem de 23,7% dos reclusos votantes nas últimas eleições legislativas, o que se crê ser um marco significativo, nunca antes alcançado, no sistema prisional”, realça a DGRSP.
“Este esforço materializa-se agora com a inscrição para votar de 2.451 reclusos (25,3% dos reclusos nacionais), valor que se tem como muito auspicioso”, enfatiza a DGRSP.
// Lusa