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“Longa vida à monarquia.” Realeza britânica tende a viver mais três décadas do que a população geral

As diferenças na longevidade de alguns membros da família real em comparação com a população em geral são extremamente grandes, mas não incomuns.

O príncipe Filipe, marido da rainha Isabel II e o consorte mais antigo de qualquer monarca britânico, morreu na passada sexta-feira aos 99 anos. Faltavam apenas uns meses para atingir o centenário, mas a verdade é que alcançar uma idade avançada não é incomum entre a família real britânica.

Uma análise de Jay Olshansky, professor de Epidemiologia e Bioestatística na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, revela que os membros da realeza britânica tendem a viver mais 30 anos em comparação com quem não nasce num berço real.

O investigador analisou a longevidade dos últimos seis monarcas britânicos, assim como a dos seus cônjuges e filhos: no total, 27 membros da realeza.

Num artigo publicado no The Conversation, Olshansky explica que chegou à conclusão de que os monarcas viveram, em média, 75 anos – um número que tende a aumentar graças à rainha Isabel II que, com 95 anos, continua viva. A longevidade dos cônjuges é ainda maior, atingindo uma idade média de 83,5 anos.

Em contraste, a duração média de vida da população do Reino Unido nos anos em que os monarcas nasceram e durante este período foi de apenas 46 anos, de acordo com os dados do Human Mortality Database.

O professor dá um exemplo: no Reino Unido, a esperança média de vida para uma mulher em 1819 era de pouco menos do que 41 anos. A rainha Vitória, também nascida em 1819, tinha 81 anos quando faleceu.

Quando a rainha Isabel II nasceu, em 1926, a expectativa de vida para as mulheres era de 62 anos – a rainha já ultrapassou essa marca em 33.

Segundo Jay Olshansky, as diferenças na longevidade são o resultado de uma combinação de influências genéticas, sociais e comportamentais.

Além da genética, que funciona quase como lotaria, é importante evitar comportamentos que encurtam a vida. No entanto, a influência da pobreza – ou, pelo contrário, do privilégio – é a característica onde a realeza tem maior vantagem.

Um estudo realizado em Manchester, na Inglaterra, em 2017, demonstrou grandes diferenças na esperança média de vida dependendo das condições de vida das pessoas. O acesso ao ensino superior e a situação económica estavam diretamente relacionados a uma vida mais longa, enquanto a baixa escolaridade e a pobreza estavam vinculados a vidas mais curtas.

No fundo, apesar de as diferenças na duração da vida serem definidas pela genética, são também fortemente mediadas pela educação, salário, saúde, água potável, alimentação, ambientes internos de vida e de trabalho.

Liliana Malainho, ZAP //

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