“Rapariga que chora na fronteira” é a fotografia do ano do Wold Press Photo

John Moore / Getty Images

“A rapariga que chora na fronteira” de John Moore.

A fotografia do ano do World Press Photo 2019 é da autoria do norte-americano John Moore, anunciou esta quinta-feira a organização dos prémios em Amesterdão, na Holanda. Concorreram 78.801 trabalhos de 4.738 fotógrafos.

A fotografia, captada em 12 de junho de 2018, mostra uma menina hondurenha a chorar enquanto a mãe é revistada e detida próximo da fronteira dos Estados Unidos com o México, em McAllen, no Texas. A foto, intitulada “Rapariga que chora na fronteira“, é da autoria do fotógrafo norte-americano John Moore.

Podia ver o medo nos rostos deles, nos olhos deles“, confessou o fotojornalista americano na altura em que captou a fotografia. Moore disse que, à medida que as autoridades iam apontando o nome dos migrantes que estavam na fronteira, a mãe e a filha chamaram a sua atenção. O fotógrafo revela que nunca mais soube do paradeiro da família após a foto.

Em declarações posteriores ao jornal britânico Daily Mail, o pai da menina disse que a filha não tinha sido retirada à mãe e que ambas tinham sido detidas juntas. Para John Moore, a “imagem tocou os corações de muitas pessoas“, como o seu, porque “humaniza uma história maior”.

Segundo um dos membros do júri da competição, a fotojornalista brasileira Alice Martins, a fotografia de Moore mostra “uma violência diferente, que é psicológica“. Para a vice-presidente do júri, Whitney Johnson, “os detalhes na fotografia são muito interessantes”.

A imagem, que valeu ao fotógrafo um prémio de 10 mil euros, foi capa da revista Time e gerou a contestação ao programa separação das famílias de imigrantes do presidente norte-americano, Donald Trump.

Português no pódio

O fotojornalista português Mário Cruz também foi honrado com o terceiro lugar na categoria Ambiente. “Viver entre o que foi deixado para trás” é a fotografia que ilustra uma criança deitada num colchão, flutuando no rio completamente poluído de Pasig, em Manila, nas Filipinas.

Esta não é a primeira vez que o português é premiado no World Press Photo. O Observador recorda que, em 2016, conquistou o primeiro lugar na categoria de temas contemporâneos, com uma fotografia que retrata a escravatura de crianças no Senegal.

“Muitas vezes vemos pessoas a fotografar lixo no areal, a questionarem como aquilo foi lá parar, e caímos no erro de nos preocupar com a microescala que nos afeta, mas o que encontramos é o resultado de algo que se encontra completamente descontrolado na outra ponta do planeta”, explicou Mário Cruz.

ZAP // Lusa

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