Rackete fica em liberdade e apela em tribunal para a ação da UE

Pasquale Claudio Montana Lampo / EPA

Carola Rackete

A capitã do navio humanitário Sea Watch 3 Carola Rackete, suspeita em Itália de ajuda à imigração ilegal, regressou esta quinta-feira a um tribunal na Sicília para ser ouvida pela justiça italiana.

Carola Rackete, a capitã alemã do Sea Watch 3 sob investigação por auxílio à emigração ilegal, disse à saída da audiência que espera que as instituições europeias trabalhem para que os migrantes possam ser socorridos.

“Espero sinceramente que agora a Comissão Europeia, após a nova eleição do Parlamento, faça o seu melhor para evitar que situações como essa aconteçam e que todos os países europeus trabalhem juntos para aceitarem quaisquer pessoas resgatadas pelas tripulações civis”, afirmou, citada pelo Diário de Notícias.

A capitã, de 31 anos, acostou o navio no porto da ilha de Lampedusa a 29 de junho com 41 migrantes a bordo, desafiando assim as leis italianas e os avisos da guarda costeira. Ainda assim, Rackete negou ter cometido algo de errado, uma vez que estava a salvar vidas.

Depois de ter sido interrogada durante duas horas pelos magistrados esta quinta-feira, Carola Rackete disse aos jornalistas que está satisfeita por ter explicado o que aconteceu após ter passado 17 dias em águas internacionais à espera de autorização para atracar – em vão.

“Fiquei muito contente por ter tido a oportunidade de explicar em pormenor a missão de salvamento que realizámos no dia 12 de junho”, sublinhou a capitã alemã.

Matteo Salvini, ministro do Interior italiano, acusa os grupos de ativistas de atuarem como um serviço de transporte para os traficantes de pessoas. Neste sentido, o governante aprovou uma nova legislação que penaliza quem leve migrantes para solo italiano, com multas de 50 mil euros e a apreensão do navio, além de ter reforçado a guarda costeira da Líbia.

Salvini chamou Rackete de “pirata” e “fora-da-lei”, o que levou a alemã a processar o líder da Liga por difamação e instigação à violência.

A alemã foi presa quando chegou a Lampedusa, tendo sido acusada de colocar vidas em perigo ao desobedecer às ordens de um navio de guerra e de ter colidido com um navio patrulha. A juíza Alessandra Vella desvalorizou as acusações e libertou-a de prisão domiciliária, mas ainda enfrenta possíveis acusações de auxílio à imigração ilegal.

Segundo o diário, Carola Rackete está livre. Os magistrados adiantaram ainda que não marcaram nenhuma data para qualquer outra audiência.

ZAP //

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