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Novo caso de racismo no futebol. Taison é insultado, mostra o dedo do meio e acaba expulso

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Taison, jogador brasileiro do Shakhtar, foi este domingo alvo de insultos racistas na Ucrânia. O jogador fez um gesto obsceno para as bancadas e acabou expulso do encontro.

O racismo volta a fazer das suas no futebol. Este domingo, no dérbi entre Shakhtar e Dínamo de Kiev, Taison insurgiu-se contra os adeptos adversários que entoaram cânticos racistas e acabou expulso. Este é o segundo episódio marcante em pouco tempo, após Balotelli ter tido uma reação semelhante na semana passada.

Decorria o minuto 74 de jogo, quando Taison explodiu com os insultos racistas que recebia da bancada. De cabeça quente, o jogador brasileiro tirou a bola das mãos do guarda-redes adversário, mostrou o dedo do meio aos adeptos e pontapeou o esférico para o meio da bancada.

O jogo foi interrompido e o jogador acabou por ser expulso, aos 85 minutos, e saiu do campo em lágrimas. Também o seu compatriota e colega de equipa, Dentinho, saiu de campo a chorar.

O treinador do Shakhtar Donetsk, o português Luís Castro, solidarizou-se com o futebolista brasileiro Taison. Na conferência de imprensa após o jogo, Luís Castro abdicou de avaliar o encontro, preferindo emitir um comunicado, no qual condenou qualquer ato de racismo.

“Hoje os meus jogadores mostraram o seu caráter. Estavam a demonstrar a sua personalidade durante o jogo, mas, neste momento, quero apoiar todos os que sofrem de racismo e os que sofreram hoje. Qualquer manifestação de racismo é inaceitável. Foi e será uma vergonha para todos. Juntos devemos lugar contra isso, todos os dias, a cada minuto e a cada segundo”, frisou Luís Castro.

O Shakhtar venceu o Dínamo Kiev graças a um golo de Kryvtsov, aos 19 minutos, e lidera o campeonato com 40 pontos, mais 12 do que o Zorya Luhansk, segundo classificado.

Entretanto, Taison já reagiu ao incidente nas redes sociais, com um texto a acompanhar uma foto do momento com o gesto obsceno.

Jamais me irei calar diante de um ato tão desumano e desprezível! As minhas lágrimas foram de indignação, de repúdio e de impotência, impotência por não poder fazer nada naquele momento!”, começou por escrever o atleta brasileiro.

https://www.instagram.com/p/B4s0_6uAZsJ/

“Mas somos ensinados desde muito cedo a sermos fortes e a lutar! Lutar pelos nossos direitos e por igualdade! O meu papel é lutar, bater no peito, erguer a cabeça e seguir lutando sempre! Numa sociedade racista, não basta não ser racista, precisamos de ser antirracistas!”, escreveu Taison.

Balotelli recebeu insultos e reagiu

Também na semana passada, o avançado italiano Mario Balotelli não aguentou mais os insultos racistas que recebia dos adeptos, pegou na bola com a mão e chutou-a para a bancada. Depois disso, o jogador do Brescia dirigia-se para o balneário, tendo sido travado tanto por colegas como pelos adversários.

A partida foi interrompida pelo árbitro, que obrigou a que fosse emitido um comunicado pelo speaker do estádio. Foi dito que caso os adeptos continuassem com os insultos racistas, as equipas abandonariam o campo. Nos últimos anos, Itália tem sido palco de vários episódios de racismo com outros jogadores.

Balotelli acabou continuar em campo e responder da melhor maneira possível aos insultos. Ao minuto 85 apontou um grande golo, que silenciou os adeptos adversários e levou ao rubro os fãs do Brescia. Ainda assim, o tento do italiano não foi suficiente para evitar a derrota por 2-1.

O Hellas Verona foi punido com o encerramento da bancada de onde vieram os insultos e tomou medidas próprias. O emblema italiano expulsou o líder da claque até 2030, reprovando a sua atitude para com Balotelli.

Surpreendentemente, os ultras do Brescia emitiram um comunicado e vieram em defesa dos ultras do Verona. Os adeptos do Brescia criticaram a atitude do jogador durante o jogo.

“Não temos duvidas que Balotelli é italiano — até mesmo um Bresciano, mas a arrogância que continua a ter é injustificável. Se Balotelli não estava psicologicamente preparado para os adeptos do Verona, num jogo tão importante para a nossa cidade e para o nosso treinador que tentava manter o seu trabalho, então devia de ter ficado de fora do jogo. Nenhum de nós teria ficado chateado, muito pelo contrário”, lê-se em comunicado.

“As declarações pessoais de um dos lideres dos Verona Curva não podem justificar a caça às bruxas que está a ser levada a cabo pelos media e pelas instituições, numa tentativa para criminalizar e destruir todo o mundo Ultra. Bases de fãs inteiras não podem ser consideradas racistas, mas o racismo existe e é várias vezes usada para criar o pânico na opinião pública. Esta linguagem é utilizada cada vez mais pelo público e por figuras políticas, mas claro que ninguém pensa em bani-los por causa de um código de ética”, lê-se ainda no comunicado citado pela Sapo Desporto.

DC, ZAP //

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2 Comments

  1. É condenável de facto a falta de civismo que vai por esses estádios fora, a humanidade parece pouco evoluir no bom sentido, se o jogador fosse da equipa dos provocadores e marcasse um golo seria um herói, sendo de uma equipa adversária mesmo que a outra também tenha negros, é alvo de insultos racistas; afinal quem é superior a quem só porque é de cor diferente? Insurjo-me muitas vezes contra grupos ou etnias que não sabem estar perante a sociedade onde vivem ou que os acolhem, mas atacar alguém gratuitamente só porque é de raça diferente é por-se ao mesmo nível do que esses dos tais grupos ou etnias que não sabem coabitar com os demais.

  2. Mas afinal que tipo de educação é ministrada nos antigos países ditos Socialistas? Isto é a herança que os mais jovens herdaram de seus pais, ou será apenas o mimetismo do pior que se faz no ocidente?

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