Quem matou Cecil, o leão símbolo do Zimbabué?

11

cv Bryan Orford / YouTube

Cecil era a principal atracção do Parque Hwange, no Zimbábue, e foi morto por um turista durante um safari.

Cecil era a principal atracção do Parque Hwange, no Zimbábue, e foi morto por um turista durante um safari.

Um caçador alegadamente de nacionalidade espanhola matou o leão Cecil, que durante mais de dez anos foi a atracção do principal parque do Zimbabué, o Hwange.

“Nós vamos encontrá-lo. Temos o nome, mas não posso dizer até à confirmação da autoria do crime. Ele deverá ser processado pelo que fez”, afirmou à BBC Johnny Rodrigues, presidente da Força de Preservação do Zimbabué (ZCTF, na sigla em inglês).

De acordo com Rodrigues, o caçador que matou o leão de 13 anos não acabou apenas com o líder de uma manada de três fêmeas e seus descendentes.

“Perdemos Cecil e também a metade da sua família, porque os seus descendentes não sobreviverão à chegada de um novo macho, que deverá matar uns 12 filhotes”, assegurou Rodrigues.

No artigo “A morte do leão mais amado do Zimbabué inicia um debate sobre a caça desportiva“, publicado na revista National Geographic, Adam Cruise explica que os leões machos geralmente matam os filhotes de líderes mortos ou “derrocados” para procriar com as fêmeas.

Segundo Rodrigues, o “caçador espanhol“, que estava com dois acompanhantes, conseguiu retirar o leão da área do parque ao atraí-lo com a carcaça de um animal morto.

Uma vez fora do parque Hwange, o caçador feriu o leão com uma flecha. Mas o animal não morreu de imediato.

“Eles demoraram dois dias a encontrá-lo e a matá-lo. Pegaram na cabeça e destruíram o colar que ele usava, muito caro e com GPS”, disse o presidente da ZCTF.

O leão Cecil foi degolado e a sua pele foi arrancada.

Investigadores da Universidade de Oxford tinham instalado o colar em Cecil como parte de um estudo, iniciado em 1999, sobre a população de leões na região.

Investigação

A 13 de julho, a Associação de Caçadores e Guias Profissionais do Zimbabué (ZPHGA, na sigla em inglês) confirmou a morte do animal, durante um safari numa área particular, e deu conhecimento da abertura de um inquérito.

No dia 23, a organização disse ter expulsado “por tempo indeterminado” o caçador profissional responsável pela expedição na qual participou a pessoa que matou Cecil.

“O caçador profissional e a empresa em que trabalha colaboraram com a investigação. ZPHGA reitera que não irá tolerar a caça ilegal ou qualquer prática que não seja ética por parte dos seus membros”, disse a associação.

De acordo com Rodrigues, duas pessoas naturais do Zimbabué foram presas e devem comparecer em tribunal a 6 de Agosto.

Rodrigues indicou ter informações sobre um pagamento de 46 mil dólares (cerca de 42 mil euros) feito pelo caçador ao operador do safari para poder alvejar o leão.

Uma fonte anónima citada por Cruise no artigo da National Geographic afirmou que “grandes felinos podem ser atraídos usando carcaças como chamariz para que saiam de áreas protegidas e entrem em regiões onde há concessões à caça”. Para essa fonte, tal atitude “mostra o desespero dos caçadores”.

Mas há quem defenda que o local da morte não faça diferença no momento de condenar a prática.

“Oponho-me de forma veemente à legalização e à prática da caça de leões em qualquer região. Incentivarei a administração dos parques nacionais do Zimbabué e funcionários do governo a comprometerem-se com o fim da matança de leões de forma imediata”, afirmou, em nota, Beks Ndlovu, CEO do African Bush Camps.

Justiça

Em entrevista à BBC, o presidente da ZCTF disse esperar que seja feita justiça no caso. “Os demais caçadores devem entender que não podem sair impunes e que devem responder judicialmente pelo que fazem.”

“Há muitas organizações revoltadas com o que aconteceu. Cecil era conhecido em todo o mundo. Muitos turistas vinham ver esse animal e a sua família”, disse Rodrigues.

Luis Muñoz, diretor da ONG espanhola Chelui4lions, de preservação dos leões, afirmou ter entrado em contacto com várias organizações em África que confirmaram que o caçador em questão é cidadão espanhol.

“Já se sabe qual foi a agência que organizou a expedição”, afirmou.

Para Muñoz, o caso é emblemático porque expõe o “problema da caça descontrolada em África” e está a abrir os olhos do mundo para a situação.

ZAP / BBC

11 Comments

  1. Como na Politica o dinheiro manda mais, só demonstra o que são os dito humanos e mais não digo a não ser um dia vai chegar em que o dinheiro vai iniciar cacadas humanas .

  2. Quem matou? Desde o caçador que disparou o tiro – e fez questão de ficar com a cabeça e a pele – até aos que no parque “fizeram costas” e provavelmente”engordaram” os bolsos; passando pela pergunta nada retórica em título de jornais e abertura de noticiários… quem matou Cecil, o leão símbolo do Zimbabué?!

  3. Espero muito sinceramente que seja punido com a própria morte de prefer~encia. Muito sinceramente se dependesse de mim todas as pessoas que caçam estes animais eram atirados vivos a um fosso de Leões com fome, eu ficaria a ver maravilhado.

  4. Espero muito sinceramente que seja punido com a própria morte de prefer~encia. Muito sinceramente se dependesse de mim todas as pessoas que caçam estes animais eram atirados vivos a um fosso de Leões com fome, eu ficaria a ver maravilhado.

  5. só podia mesmo ser espanhol…os espanhois so fazem merd** .

    lembrem-se do rei de espanha que andou a matar elefantes á meia duzia de anos

  6. O caçador é um norte americano, um dentista de Minnesota, Walter Palmer.
    Queira aproveitar para dizer uma coisa, Claro que estou contra isso, acho que o autor (e tds envolvidos) devem ser punidos com o mesmo destino que teve este leão. Mas, qual é a differenca de este crime contra natureza e as tantas outras cometidos por caçadores ao longo do ano, caça ao coelho, caça a javali, caça do veado etc. e por falar nisso, quantas das pessoas que ficaram chateados com isso são veganos? qual a differença entre a morte do leao, e a morte de uma vaca, ou de um porco ou ovelha etc? são tds ser vivos e tds tem direito de viver!!!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.