A prestação derivada da compra de uma casa na Área Metropolitana de Lisboa (AML) representa uma taxa de esforço de 28% para as famílias. Contudo, arrendar é ainda mais dispendioso, com as rendas a representarem quase metade dos seus rendimentos.
Entre 2016 e 2018, a taxa média de esforço para comprar casa na AML pouco se alterou: passou dos 25% para os 28%, mostra o estudo “Tendências recentes de segregação habitacional na AML”, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), citado esta segunda-feira pelo ECO.
Mas, analisando os municípios, há três onde comprar uma casa representa um esforço ainda maior: Lisboa (cidade) estava nos 58%, Cascais nos 53% e Oeiras nos 44%.
Afunilando mais a análise dentro da cidade de Lisboa, o estudo mostra que a taxa de esforço média na aquisição de casa própria subiu em todas as 24 freguesias de Lisboa, mas há 14 onde esse esforço supera a média do município. No topo da tabela está a freguesia de Santo António, com uma taxa de esforço média de 91%.
Mas ainda mais oneroso do que comprar casa é arrendar uma, concluiu o mesmo estudo. Na AML, as rendas representam uma taxa de esforço média de 46%, ou seja, o equivalente a quase metade dos rendimentos das famílias.
Esta percentagem é bastante superior aos 35% recomendados internacionalmente como limite máximo da taxa de esforço a que devem ser submetidas as famílias para pagarem a sua habitação.
Dentro da AML, na cidade de Lisboa, arrendar uma casa representa um custo muito maior: 67%. Aqui, há 13 freguesias com taxas mais elevadas do que a média do município, com destaque para o Parque das Nações que observava uma taxa de esforço de 99% no final do ano passado.
Para os investigadores da FCSH, é preocupante o facto de, para famílias cujas rendas representam 50% ou até mesmo 75% dos rendimentos, o acesso ao mercado de habitação se encontrar cada vez mais limitado a um número restrito de zonas menos centrais e, na sua maioria, na margem sul.