O valor de crianças com mães estrangeiras nascidas em Portugal subir de 16% em 2013 para 24% em 2022.
Segundo dados do Eurostat, a percentagem de crianças nascidas em Portugal com mães com naturalidade estrangeira subiu oito pontos percentuais em 10 anos, com quase um em cada quatro bebés em 2022 a ter uma mãe imigrante. Em comparação, em 2013, apenas 16% das crianças nascidas em Portugal tinham mães de naturalidade estrangeira, valor que aumentou para 24% em 2022.
Este aumento reflete a realidade mais ampla da crescente diversidade em Portugal, uma realidade que vai além dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que se foca apenas na nacionalidade. O Eurostat, ao utilizar o indicador de naturalidade, abrange também cidadãs estrangeiras que mais tarde obtiveram a nacionalidade portuguesa e descendentes de portugueses nascidos no estrangeiro que se estabeleceram em Portugal, aponta o Público.
Em 2022, Portugal contava com 798.480 estrangeiros, com predominância de brasileiros, seguidos por britânicos, cabo-verdianos, italianos, indianos e romenos. A análise da naturalidade revela que os residentes em Portugal com naturalidade estrangeira representam 11,6% da população, contribuindo significativamente para a natalidade no país.
A transformação demográfica em Portugal, acelerada pela imigração laboral desde 2017/18, coincide com um rejuvenescimento da população ativa e fértil, contrastando com os anos da crise da dívida soberana de 2010/13, que viu uma redução de trabalhadores estrangeiros.
Contudo, apesar de contribuírem significativamente para os nascimentos no país, os estrangeiros enfrentam desafios no acesso a prestações sociais como as licenças de parentalidade. Em 2022, apenas 5,7% das licenças de parentalidade foram atribuídas a estrangeiros, indicando potenciais barreiras de acesso decorrentes do desconhecimento dos direitos ou da precariedade laboral.
Este aumento da diversidade social e demográfica em Portugal, e por extensão na UE, onde a maioria dos países registou um aumento de nascimentos de mães nascidas no estrangeiro, exige um investimento reforçado em políticas públicas adaptadas às necessidades de uma população cada vez mais diversificada.
Com as taxas de fertilidade em queda em toda a UE e o envelhecimento demográfico a pôr em causa a sustentabilidade das economias, as políticas de integração de imigrantes assumem um papel ainda mais relevante.
E ainda há quem se insurja contra os imigrantes! Se mesmo assim, somos um dos países mais envelhecidos da Europa, se não fossem eles estaríamos a caminho do extermínio! Mas a demagogia, quando quer, vence qualquer argumento!!