O ato de mastigar despende uma quantidade surpreendente de energia.
Esta foi a conclusão de uma experiência que analisou a utilização de energia associada à pastilha elástica e descobriu que esta pode aumentar o gasto de energia corporal até 15%. Adam van Casteren, investigador da Universidade de Manchester no Reino Unido, e os seus colegas mediram o uso de energia em 21 pessoas entre os 18 e 45 anos de idade enquanto mastigavam pastilha elástica durante 15 minutos.
A pastilha elástica não tinha sabor, não tinha calorias e não tinha cheiro. “Desta forma, não ativava o sistema digestivo na mesma medida em que de outra forma o faria”, descreve van Casteren. “Queríamos medir apenas a mastigação ou o mais próximo possível da mastigação”. A cada participante foi pedido que mastigasse dois tipos de pastilhas — uma macia e outra rígida — para que pudessem comparar os efeitos das propriedades da pastilha sobre os gastos energéticos dos participantes.
O gasto de energia foi medido utilizando uma cúpula de plástico que cobria as cabeças dos participantes. Um monitor no seu interior mediu a ingestão de oxigénio e a quantidade de dióxido de carbono libertado. “Esta informação pode ser utilizada para determinar quanta energia está a ser gasta”, diz van Casteren.
Antes da experiência, todos os participantes tinham usado a cúpula de plástico enquanto estavam sentados a ver um filme, para que os investigadores pudessem captar os seus gastos energéticos de base.
Os investigadores descobriram que mastigar a pastilha elástica macia aumentou o gasto de energia em cerca de 10%, enquanto que mastigar a pastilha elástica mais dura aumentou este gasto em cerca de 15%. Van Casteren diz ser interessante que uma pequena alteração nas propriedades da pastilha elástica teve um efeito tão notável no gasto de energia.
O investigador diz esperar que a energia utilizada para mastigar alimentos reais seja ainda maior, uma vez que muitos alimentos como o bife e as nozes requerem um esforço maior para se decomporem. “Quero ver quanta energia mastigar nozes e sementes gasta a seguir”, diz ele.
Os resultados sugerem que o gasto de energia necessário para mastigar também pode explicar porque desenvolvemos dentes e mandíbulas tão fortes para a ação. Qualquer quantidade de energia perdida durante a mastigação de alimentos, torna a refeição uma fonte de energia menos eficiente.
Dylan Thompson da Universidade de Bath no Reino Unido diz que o aumento é ainda apenas uma pequena quantidade em geral. “Contribuirá menos de 1% do gasto diário total de energia devido a tempos de mastigação diários relativamente curtos”, diz ele. Thompson diz que os resultados são semelhantes a um estudo que realizou em 2019, o qual concluiu que, durante 20 minutos, aumentou o gasto de energia em cerca de 12%.
Enquanto não provocar uns deslocamentos do maxilar…vamos indo.