Trump acusa Obama de traição e de planear um golpe de Estado. Será uma distração de Epstein?

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Michael Reynolds / EPA

Trump acusa Obama de estar por trás de uma conspiração para interferir nas eleições de 2016 ao associar a sua campanha à Rússia. A acusação surge numa altura em que o Presidente está sob pressão devido à sua associação com o pedófilo Jeffrey Epstein.

Donald Trump saiu ao ataque contra o seu antecessor, Barack Obama, acusando-o de “traição” por alegadamente ter orquestrado um plano para o ligar falsamente à Rússia durante as eleições presidenciais de 2016.

Em declarações feitas a partir da Sala Oval esta terça-feira, Trump afirmou que Obama liderou uma “conspiração traiçoeira” para minar a sua campanha, embora não tenha apresentado qualquer prova que sustente estas acusações.

“Está lá, ele é culpado. Isto foi traição,” disse Trump, referindo-se aos comentários recentes da sua chefe das Secretas, Tulsi Gabbard. Gabbard desclassificou documentos que, segundo ela, revelam um esforço coordenado de responsáveis da administração Obama para interferir na eleição de 2016.

Trump tem um longo historial de ataques a Obama, tendo promovido, em 2011, a falsa teoria de que este não tinha nascido nos EUA.

Vários Democratas e antigos assessores de Obama rejeitaram estas alegações, considerando-as falsas e politicamente motivadas. O porta-voz de Obama, Patrick Rodenbush, classificou as acusações de Trump como “bizarras” e acrescentou: “Nada no documento divulgado na semana passada põe em causa a conclusão amplamente aceite de que a Rússia procurou influenciar as eleições presidenciais de 2016, sem conseguir manipular os votos.”

O congressista Jim Himes afirmou que as acusações são “uma mentira”, lembrando ainda que uma investigação bipartidária do Senado, liderada pelo atual Secretário de Estado Marco Rubio, concluiu não haver indícios de politização na atuação dos serviços secretos em 2016.

A avaliação feita pela comunidade de informações dos EUA em 2017 concluiu que a Rússia, através de campanhas de desinformação online e ciberataques, procurou prejudicar a campanha de Hillary Clinton e favorecer Trump.

As acusações de Gabbard contra Obama também contradizem vários relatórios, incluindo uma recente revisão da CIA, que confirmou a credibilidade da avaliação de 2017 sobre a interferência russa.

O renovado foco de Trump em Obama surge numa altura em que o Presidente está sob enfrenta pressão crescente da sua base conservadora para divulgar mais informações sobre Jeffrey Epstein, o bilionário que morreu na prisão em 2019 enquanto aguardava julgamento por chefiar uma rede de tráfico sexual de menores. Os crescentes indícios da proximidade entre Trump e Epstein têm levado a que a base MAGA se vire contra o seu próprio líder.

Quando questionado sobre Epstein, Trump desviou o tema para Obama: “A caça às bruxas de que deviam falar é que apanharam o Presidente Obama completamente em falso… Está na hora de ir atrás destas pessoas.” Trump também acusou Obama e os seus colaboradores de tentarem “liderar um golpe de Estado”, sugerindo que poderá avançar com uma ação legal.

Adriana Peixoto, ZAP //

2 Comments

  1. E quando chegarem ao Fauci e à farsa armada com a pandemia vai ser ainda melhor. Os democratas andaram em coro a dizer que ninguem está acima da lei, quando o alvo era o Donald Trump. Nenhuma acusação colou… Agora que várias testemunhas se chegam à frente e acusam (com provas) a tentativa de golpe de estado e falsidades envolvendo a interferência (inexistente) da Rússia nas eleições de 2016, andam todos aflitos?! Temos pena.

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