O principal negociador do processo de paz da Coreia do Norte criticou a Coreia do Sul e voltou a dizer que as negociações de paz serão suspensas caso as exigências de Pyongyang não sejam cumpridas.
Ri Son Gwon, o principal negociador do processo de paz da Coreia do Norte, chamou esta quinta-feira “ignorante e incompetente” ao Governo sul-coreano. Além disso, denunciou treinos de combate aéreo conjunto entre os EUA e a Coreia do Sul e ameaçou novamente suspender as negociações de paz caso não sejam cumpridas as exigências de Pyongyang.
As declarações foram proferidas após uma série de declarações que colocaram em risco o processo de paz e desnuclearização da Península da Coreia e a cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump, marcada para dia 12 de junho. Pyongyang cancelou também um encontro com os representantes do Sul.
Segundo o comunicado citado pela agência norte-coreana KCNA, Ri Son Gwon criticou a Coreia do Sul por permitir que “escumalha humana” falasse na sua Assembleia Nacional.
Embora o comunicado não especificasse a quem se referia, a Reuters recorda que o antigo diplomata norte-coreano Thae Yong Ho, que fugiu para a Coreia do Sul há dois anos, realizou uma conferência de imprensa, esta segunda-feira, na Assembleia Nacional em Seul, por ocasião do lançamento das suas memórias.
“A não ser que a situação séria que levou à suspensão das conversações de alto nível entre o norte e o sul seja resolvida, nunca mais será fácil sentar cara a cara com o atual regime da Coreia do Sul”, diz o comunicado, citado pelo Público.
“Nesta oportunidade, as atuais autoridades sul-coreanas provaram claramente serem um grupo ignorante e incompetente desprovidos do sentido elementar da situação atual”, acrescentou Ri Son Gwon.
Pyongyang protesta ainda contra o exercício anual Max Thunder, um treino militar em curso entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, que envolve centenas de aviões de ambos os países, entre os cais os caças F-22 Raptor, contestados pela Coreia do Norte, que os encara como aparelhos de ameaça de bombardeamentos cirurgicos.
Na quarta-feira, a agência oficial norte-coreana classificou o exercício Max Thunder como “provocação brutal“, interpretando-o como um treino para invadir a Coreia do Norte, escreve a Renascença.