Putin: negociações num “beco sem saída”. Ucranianos rendem-se em Mariupol

Presidente da Rússia fala em “objectivos nobres”. Russos tentam encobrir mas já terão morrido 20 mil soldados.

Mariupol continua a ser uma das cidades-chave e com mais confrontos na guerra na Ucrânia.

As tropas russas terão como prioridade dominar as regiões separatistas Donbass e Lugansk e Mariupol é uma cidade localizada a sul desses dois pontos, já no Oblast de Donetsk.

Nesta quarta-feira o ministro da Defesa da Rússia revelou que houve uma redenção ucraniana: 1.026 soldados da Ucrânia, integrantes da brigada de fuzileiros, “pousaram as armas e renderam-se” em Mariupol. Cerca de 150 ucranianos terão ficado feridos e sido tratados no local, sendo depois encaminhados para o hospital.

Essa cidade tem sido cercada e atacada pelo exército russo há mais de um mês, praticamente desde o início do conflito.

Do lado ucraniano, ainda não há confirmação ou desmentido sobre esta indicação, surgindo apenas a informação que o exército da Ucrânia está a atacar uma metalúrgica e o porto locais.

As Forças Armadas Ucranianas informaram também que, desde o dia 24 de Fevereiro, quase 20 mil soldados russos morreram – apesar de a Rússia tentar “disfarçar” as suas perdas.

Além dos 19.800 soldados mortos, de acordo com os ucranianos, 158 aviões, 739 tanques e 64 armas anti-aéreas foram abatidos ou destruídos.

Esta quarta-feira será mais um dia sem qualquer corredor humanitário para evacuar civis. “Seria demasiado perigoso”, explicou a vice-primeira-ministra da Ucrânia.

Putin ao lado de Lukashenko

Vladimir Putin voltou a falar sobre a guerra e voltou a assegurar que a Rússia invadiu a Ucrânia para proteger pessoas: “Por um lado, estamos a ajudar e a salvar pessoas; por outro, estamos simplesmente a tomar medidas para garantir a segurança da própria Rússia. Está visto que não tivemos escolha. Foi a decisão certa”.

Estes objectivos “nobres” dos russos serão alcançados, segundo o presidente da Rússia: “Vai ser mesmo assim. Não há dúvida de que as Forças Armadas alcançarão seus objectivos. Os objectivos são totalmente claros e nobres“.

Putin, que tinha ao seu lado o presidente de Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, acrescentou que as negociações de paz entraram num “beco sem saída” porque os ucranianos “afastaram-se” do que tinha ficado acordado durante os diálogos na Turquia.