Putin está recetivo a desbloqueio marítimo. Mas a luta por Severodonetsk continua

Sergey Kozlov / EPA

Enquanto as tropas russas estão prestes a tomar Lugansk, a última cidade nas mãos dos ucranianos, Putin sugere a abertura do comércio marítimo de cereais.

As tropas russas chegaram às portas de Severodonetsk, a última cidade na região de Lugansk nas mãos dos ucranianos. Entretanto, os Estados Unidos colocaram entraves em relação ao tipo de armamento enviado para a Ucrânia.

Vladimir Putin propôs Ancara, na Turquia, como mediador entre Rússia e Ucrânia, com o objetivo de proporcionar o transporte marítimo no Mar Negro, “incluída a exportação de cereais a partir dos portos ucranianos”.

Em entrevista à francesa TF1, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que “a “libertação” das regiões de Donetsk e Lugansk é a “prioridade absoluta”.

Lugansk está a um passo de cair para a Rússia e para as milícias pró-russas. “Os russos usam a mesma tática vezes sem conta. Bombardeiam durante várias horas e depois atacam”, referiu o governador Serhi Gaiday, segundo o Diário de Notícias.

As tropas russas avançaram através do sudeste e nordeste da cidade, mas a ofensiva esteja a ser repelida pelas forças ucranianas, de acordo com o governador.

As forças armadas ucranianas estão em alerta para outras frentes. Segundo o comando militar de Kiev, a Rússia prepara-se para atacar a Ucrânia a partir de três direções, ao reagruparem-se perto da cidade de Lyman (região de Donetsk), Isyum (Kharkiv) e na região de Sumy, enquanto a sul os ucranianos recuperam algum terreno na região de Kherson.

Kiev pediu lançadores de foguetes múltiplos com um alcance de até 300 quilómetros (MLRS) aos Estados Unidos, mas o presidente Joe Biden disse que não enviará armas que “possam atingir a Rússia“.

“O MLRS está a ser considerado, mas nada está em cima da mesa com capacidades de ataque de longo alcance”, afirmou um funcionário em Washington, sob anonimato.

Fica assim em aberto a hipótese de serem enviados MLRS com foguetes de menor alcance — 70 quilómetros — o que, ainda assim, mais do que duplicaria a capacidade de atingir alvos à distância.

Horas antes, o ministro da Defesa ucraniano Oleksiy Reznikov sublinhou que o país começou a receber mísseis antinavio Harpoon, provenientes da Dinamarca, e que irão estar em operação em Odessa.

O reforço das defesas costeiras acontece horas antes de o líder russo ter proposto a Ancara que sirva como mediadora, para se resolver o bloqueio ao trânsito de navios da e para a Ucrânia.

No comunicado da conversa entre Putin e Erdogan, destacou-se a importância de “garantir uma navegação segura e eliminar a ameaça das minas“.

Desta vez, não foi explicitado que a Rússia só permitiria a abertura dos portos ucranianos aos navios comerciais em troca do levantamento das sanções, mas Putin voltou a culpar o Ocidente pela possível crise alimentar.

ZAP //

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