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Público mandou calar Sócrates (e Passos não gostou)

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O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou este sábado em Santarém, que ficou “espantado com um editorial de um jornal de referência”, que esta semana mandou calar um ex-primeiro-ministro, considerando que este “não é um bom sintoma de democracia”.

“Achei estranho”, disse o presidente do PSD, lembrando que discordou “profundamente” do seu antecessor, sendo por isso “absolutamente isento” na observação que fez.

Pedro Passos Coelho referia-se ao editorial do jornal Público do passado dia 21, publicado sob o título de “Cala-te Sócrates“, no qual o periódico aconselha o ex-primeiro-ministro a reduzir o âmbito das suas intervenções públicas.

Em 2007, Juan Carlos perguntou a Hugo Chávez: Porque não te calas?. Hoje, perguntamos o mesmo a Sócrates, com um asterisco: porque não limita a intervenção na esfera pública ao seu caso judicial?“, lê-se no editorial.

José Sócrates tem todo o direito a usar o espaço público para contestar o processo judicial no qual é arguido, dando entrevistas a rádios e jornais, e publicando artigos de opinião. Podia até ter um blogue pessoal“, acrescenta o texto, “é apenas lamentável que não faça uso de um freio mínimo para conter os mil pensamentos que tem sobre a actualidade política portuguesa“.

Que terá acontecido na sociedade portuguesa para que um jornal de referência faça um editorial a mandar calar um político”, perguntou Pedro Passos Coelho, que intervinha nas primeiras Conferências da Liberdade da concelhia de Santarém do PSD.

“Tolerar apenas que se possa defender da justiça na comunicação social? Deveria ser ao contrário, ele deveria defender-se da justiça na justiça e recorrer à comunicação social e ao público em geral para confrontar as suas ideias”, aponta o presidente do PSD.

Para Passos Coelho, “não é um bom sintoma de democracia que haja na opinião editorial de um jornal de referência a convicção de que o melhor que ele podia fazer era calar-se”.

ZAP

10 Comments

  1. Aqui está uma atitude muito digna do ex-Primeiro Dr. Passos Coelho.
    Demonstra a sua inteligência e a sua capacidade de raciocínio, que manifestamente não é escopo do autor do artigo em causa,
    Subiu muito na minha consideração e penso eu na de muitos cidadãos, independentemente da sua opção política.

    • Parece, não é? Mas é tudo fogo de vista… Acreditar nele é como acreditar no Pai Natal e no coelho (ups!) da Páscoa… Mas parece bem, lá isso parece…

  2. Sócrates é um crápula corrupto que afundou o país em milhares de milhões de euros com as suas falcatruas. Sem isso viveríamos agora todos muito melhor. Devia estar na prisão e não devia sair à rua sem que os portugueses lhe cuspissem na cara ou lhe atirassem ovos.

    • “Sem isso viveríamos agora todos muito melhor.”… Continua a convencer-te que isso é verdade (e a única verdade)… Mais vale viver na ignorância, não é?

  3. Hipocrisia do Coelho. Até os do partido já o mandaram calar pois é uma voz que irrita qualquer um. Ouvir a voz de quem roubou a dizer que somos ladrões…

  4. Ás vezes, os jornais deveriam; não calar-se; mas pensar duas vezes (ou mais!) antes de publicar artigos que possam (com quase toda a certeza) prejudicar alguém (que é aquilo que os jornais fazem…). Utilizando uma expressão do próprio jornal (que deveria seguir também…): “é apenas lamentável que não faça uso de um freio mínimo para conter os mil pensamentos que tem sobre a actualidade política portuguesa”.
    É, no mínimo, irónico… Fazem barulho quando tentam pôr em causa a liberdade de imprensa, (a mesma que abusam desmesuradamente apenas para o lucro fácil…) mas atentam para a liberdade de outros (e não só ao que aqui se fala – refiro-me ao direito da privacidade, também). Há já muito tempo, que os jornais (e televisões – os média) não têm qualquer credibildade para mim, mas este exemplo, no mínimo caricato, (4 dias antes do 25 de Abril…) reforça e acentua esse mesmo sentimento. Mas… infelizmente não me surpreende…

  5. “Que terá acontecido na sociedade portuguesa para que um jornal de referência faça um editorial a mandar calar um político”, perguntou Pedro Passos Coelho…
    Eu pergunto antes, quem se consideram os políticos para se julgarem melhores que alguém, quando na maioria dos casos são parasitas corruptos e sem escrúpulos, canalhas de vil comportamento e sem respeito ou empatia alguma por quem sua pelo pão de cada dia e paga impostos de percentagens ridículas para que os meninos os “desviem”, para viajarem em 1ª classe e se acomodarem em hotéis de luxo e auferirem de salários e compensações chorudas. Então sr. Rabbit, acha-se, por ser político, superior a qualquer outro cidadão, acima da lei já sabemos que estão, porque são os piores bandidos e jamais pagam pelos crimes que cometem, agora dizer que a um político não se pode mandar calar!?!! … eu diria mais, acho que a um bom número deles devia era mandar-se …. (verbo que rima com calar começa com “m”) certamente seria um país bem melhor se arrumassem com esse lixo de uma vez por todas, escumalha nojenta e repugnante. LADRÕES.

  6. Quem não quer ser calado, não deve mandar outros calar. Estamos numa democracia e, mesmo os maiores crápulas t~em o direito de manifestar a sua opinião, por mais vil que seja. Impedir isso é regredir até á ditadura onde só uns é que falam… Acredito que esteja indignado com o que se passa em Portugal (e no mundo) mas isso não justifica rasgar com os direitos democráticos de qualquer cidadão (seja ele quem fôr). Assim, acaba por ficar igual a “eles” e, penso que não é isso que quer…

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