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PSD: Temido deixa de ter “desculpas” com reforço orçamental na Saúde

PSD / Flickr

David Justino presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD

Esta quarta-feira, o Governo anunciou 800 milhões de euros de reforço no orçamento da Saúde. David Justino, do PSD, já reagiu e disse que a ministra Marta Temido fica “sem desculpas” daqui para a frente.

O orçamento para a Saúde vai ser reforçado em 800 milhões de euros em 2020, num plano que prevê a contratação de mais de 8.000 profissionais e 550 milhões para reduzir os pagamentos em atraso.

Esta quarta-feira, o PSD saudou a iniciativa do Governo de António Costa, mas disse que, a partir de agora, a ministra da Saúde fica “sem desculpas” se a situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não melhore daqui para a frente.

Foi à TSF que David Justino, vice-presidente do PSD, referiu que o plano do Executivo vai ao encontro de alguns pontos do próprio programa eleitoral dos sociais-democratas. Para o dirigente, se as questões dos recursos humanos, do investimento no SNS e da gestão forem trabalhadas em conjunto, “isto pode conduzir a um avanço significativo na superação das dificuldades”. Caso contrário, se os problemas no setor continuarem, a responsabilidade é de Marta Temido.

Por sua vez, Carlos César, presidente do PS, sublinhou o facto de o Governo dar este primeiro passo para resolver os problemas na saúde, nomeadamente a suborçamentação crónica deste setor. O responsável frisou ainda que este plano de investimentos “é consequência da boa gestão das finanças públicas que o Governo tem vindo a fazer”.

À mesma rádio, Carlos César rejeitou que o plano de melhoria de resposta do SNS tenha sido aprovado para satisfazer as exigências do Bloco de Esquerda. Em vez disso, é uma “consequência do programa do Governo e das prioridades estabelecidas no programa eleitoral do PS”, defendeu.

Palavra do Governo na saúde “vale muito pouco”

Ricardo Baptista Leite, vice-presidente da bancada do PSD, escusou-se a comentar o anúncio feito esta quarta-feira de reforço das verbas da saúde, justificando que “a palavra do Governo vale muito pouco” num setor com muitas “promessas não cumpridas”.

O grupo parlamentar do PSD marcou uma declaração na Assembleia da República para criticar que a ministra da Saúde tenha desmarcado uma audição em sede de comissão parlamentar prevista para quinta-feira, alegando estar em “sessões contínuas” do Conselho de Ministros, depois de a própria ministra ter agendado a reunião para dia 12, por estar indisponível hoje.

“O que constatamos é que a senhora ministra hoje não esteve disponível para vir ao parlamento, mas esteve disponível para fazer uma conferência de imprensa”, criticou o deputado do PSD, referindo-se ao Conselho de Ministros.

Baptista Leite apelou ainda ao primeiro-ministro, António Costa, para que “liberte por umas horas” a ministra da Saúde na quinta-feira à noite, de modo a que Marta Temido possa prestar esclarecimentos sobre o que classificou de “maior crise de sempre do Serviço Nacional de Saúde”.

A senhora ministra está em fuga, foge das suas responsabilidades”, acusou.

Questionado sobre o anúncio feito hoje precisamente por Marta Temido de que haverá um reforço do Programa Operacional da Saúde em 800 milhões de euros, que vão estar já contemplados no Orçamento do Estado para 2020, Baptista Leite disse que o PSD prefere aguardar pelo documento.

“Não teríamos tempo para olhar para a lista de promessas passadas não cumpridas pelo PS e pelo Governo na saúde. O PSD, como partido responsável, não irá comentar processos de intenção, promessas ou atos de propaganda deste Governo, aguardamos pela vinda do Orçamento”, afirmou.

Perante a insistência dos jornalistas, o deputado apontou em concreto a “promessa não cumprida” de que todos os portugueses iriam ter médico de família em 2019, dizendo existirem mais de 700 mil cidadãos sem esta valência.

“A palavra deste Governo vale muito pouco, vamos aguardar pelo documento oficial do Orçamento do Estado”, afirmou.

ZAP // Lusa

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