Depois de ter sido adiada no plenário a 29 de abril, o Partido Socialista volta a pedir um novo adiamento da votação do documento que determina a política económica do Governo, as Grandes Opções 2021-2025.
Em declarações ao ECO, fonte oficial do grupo parlamentar do PCP disse que, “quando a votação for marcada, decidiremos em definitivo, não havendo para já nada que aponte em sentido diverso daquele que já referimos publicamente”.
Isto significa que, dois meses após o adiamento da votação, os comunistas mantêm a sua intenção de votar contra o documento.
Esta segunda-feira à tarde, o PS deu entrada com um requerimento para a prorrogação do prazo de votação das Grandes Opções, cujo adiamento de 60 dias termina esta terça-feira. Agora, os partidos têm de decidir se aceitam ou não o requerimento dos socialistas.
O diário económico avança que a decisão de adiar durante mais 60 dias será tomada na reunião da comissão de orçamento e finanças (COF), esta quarta-feira. Normalmente, este tipo de requerimentos não é recusado.
Quando foi aprovado o primeiro adiamento, sob a ameaça de chumbo do PCP, João Paulo Correia, deputado do PS, justificou à Lusa o pedido com o objetivo de “prolongar o debate para a especialidade”, dado que se trata de uma “instrumento relevante e complexo”.
Ainda que o documento possa ser alvo de alterações na fase de especialidade, durante os últimos 60 dias não houve movimentações nesse sentido.
Desde 2015, quando o PS governou em minoria com o apoio parlamentar dos partidos de esquerda, e mesmo depois de 2019, já sem acordo escrito, o pedido de baixa sem votação era uma forma de evitar o chumbo de projetos, tanto de socialistas como de comunistas e bloquistas.
Até ao Orçamento do Estado deste ano, as Grandes Opções eram entregues com a proposta de lei do Orçamento, em outubro. Entretanto, entrou em vigor o novo calendário (PCP votou contra), que define o processo orçamental em duas fases, sendo que a primeira é a das Grandes Opções, em abril e maio.