O Partido Socialista garantiu os dois mandatos atribuídos pelo círculo europeu da emigração, com mais de metade das mesas já apuradas.
Segundo apurou o Público, os socialistas asseguraram a eleição dos dois deputados que estavam em disputa na eleição pelo círculo da Europa, eleição que foi repetida e cujo apuramento dos votos está a ser feito esta terça e quarta-feira na FIL, em Lisboa.
Paulo Pisco e Nathalie de Oliveira garantiam lugar na próxima composição da Assembleia da República, que deverá tomar posse a 29 de março.
Com estes dois mandatos, a maioria absoluta conquistada pelo PS nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro somará um total de 120 assentos parlamentares.
No primeiro apuramento dos votos no círculo europeu da emigração, PS tinha conseguido um deputado e o PSD outro.
Depois da decisão que obrigou à repetição da eleição neste círculo, o ainda presidente do PSD, Rui Rio, defendeu que a atuação do PS em todo o processo que resultou em nova eleição, fazia com que merecesse “levar uns 2-0 agora de castigo”.
No entanto, aconteceu o contrário, e os socialistas conseguiram um resultado pouco habitual neste círculo da emigração.
Pelo menos desde 2009, a eleição resultou sempre num deputado para o PS e noutro para o PSD (sozinho ou em coligação com o CDS).
Tal como referiu esta terça-feira o Presidente da República, a contagem dos votos deverá terminar esta quarta-feira por volta das 20h.
Dos 400 eleitores inscritos para votar presencialmente no círculo eleitoral da Europa a 12 e 13 de março, votaram apenas 152.
Até esta terça-feira, segundo os números do gabinete da ministra da Justiça e da Administração Interna, a administração eleitoral recebeu 107.553 cartas com o boletim de voto dos eleitores nacionais recenseados no círculo da Europa.
Após a anulação de 80% dos votos dos eleitores emigrantes na Europa por parte dos mesmos não virem acompanhados de cópia da identificação do eleitor, o Tribunal Constitucional decidiu pela repetição da eleição em 139 mesas do círculo da Europa, o que atrasou em cerca de dois meses a instalação do novo Parlamento e a tomada de posse do próximo executivo.
Um terço dos votos dos eleitores na Europa, que repetiram a votação, foram nulos, o que aponta para uma “utilização indevida de boletins de votos”, segundo afirmou João Tiago Machado, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), à Lusa.
Os dados anunciados pela CNE aos primeiros minutos do dia de quarta-feira indicam que votaram 110.182 eleitores (11,90% dos inscritos), o que representa uma abstenção de 88,10%. Na votação considerada nula, a 30 de janeiro, a abstenção tinha sido de 79,33%.
Foram considerados nulos 33.565 votos, o que continua a ser um número bastante elevado e que suscita preocupações para a CNE. Isto porque, dos cerca de 33 mil votos nulos, 30 mil devem-se à falta de uma cópia de um bilhete de identificação.
“Ou as pessoas não interiorizaram, ou há mesmo, e esse é o medo, uma tentativa de fraude eleitoral, quando alguém se apropria da documentação eleitoral de outro e tenta votar em seu nome, não tendo a cópia do cartão do cidadão para garantir o seu voto”, afirmou o porta-voz da CNE.
Os emigrantes que saíram de Portugal governado pelo PS (ou que saíram antes mas não regressaram depois do PS estar no governo) parecem que gostam que o PS continue a governar Portugal. Um caso de estudo…