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Há no PS e PSD quem queira “varrer decisões ruinosas na Caixa” para debaixo do tapete

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-líder do PSD e ex-ministro Luís Marques Mendes

O ex-líder social-democrata Luís Marques Mendes considera que há “muito boa gente” no PS e no PSD interessada em que não se investigue o que se passou na gestão CGD, nos últimos anos, porque os dois partidos têm “responsabilidades” em actos de gestão ruinosos.

“Vai haver muito boa gente em Portugal do PS e do PSD interessado em que não se investigue nada e que não se esclareça nada, porque é evidente que há responsabilidades do chamado bloco central de interesses da gestão da Caixa, sobretudo nos anos entre 2005 e 2010″, afirmou o ex-líder social-democrata num jantar-conferência na Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide até domingo.

Respondendo a uma questão colocada pelos ‘alunos’, Luís Marques Mendes recordou que a atual situação da Caixa Geral de Depósito decorre de prejuízos criados ao banco público, sobretudo por uma dezena de operações de financiamento concedidas entre 2005 e 2010.

Há 10, 12 operações que foram absolutamente ruinosas, porventura financiamentos que não deviam ter sido concedidos, financiamentos que não foram concedidos com garantias minimamente eficazes, porventura financiamentos concedidos a troco de favores políticos“.

Marques Mendes considera ainda que, se o Estado tem agora de meter dinheiro na Caixa, “ao menos que se esclareça o que aconteceu e apure responsabilidades”.

Contudo, acrescentou, apesar de, em junho, o Governo ter decidido em Conselho de Ministros a realização de uma auditoria, até agora nada foi feito e “ninguém fala da auditoria”.

Muito boa gente de 2, 3 partidos vai querer que tudo seja varrido para debaixo do tapete e acho que tudo deve ser esclarecido e escrutinado”, insistiu.

Ainda a propósito da reestruturação da CGD, o antigo presidente do PSD considerou que “no meio da trapalhada monumental” que foi a nomeação da administração da Caixa, ao nível executivo a equipa “é boa”, assinalando que “pela primeira vez não há políticos, são profissionais” e que isso é positivo.

“Não é por ter sido designada por um Governo PS que devemos criticar”, vincou.

Marques Mendes reconheceu ainda que o processo de recapitalização teve uma “parte final” que acabou por ser positiva, com o Estado a só colocar na Caixa 2,7 mil milhões de euros.

Outra coisa muito positiva, acrescentou, é que a supervisão dos grandes bancos tenha passado para o Banco Central Europeu, porque “o resultado final não teria sido o mesmo” na nomeação da nova administração.

“Somos um país demasiado pequeno em que todos se conhecem“, argumentou, considerando que em Portugal “ninguém teria tido coragem” para chumbar algum dos nomes propostos pelo Governo, ao contrário do BCE que recusou oito dos 19 propostos.

/Lusa

8 Comments

  1. os parasitas continuam a querer viver à custa do contribuinte sem trabalhar e a chamada AT só tem olhos para quem tem trabalho honesto. Portugal nos seus melhores momentos quer políticos quer institucionais.

  2. Exmo Senhor Prof. Dr. Marques Mendes, obrigado pela postura séria emprestada a este comentário. Efectivamente a gestão da CGD nos últimos 20 anos foi liderada por politicos do dito bloco central, que permitiram na CGD roubos de lesa pátria, que a todos nos vão penalizar, sendo que penso terem estes actos contagiado e fumentado toda a banca. Senão vejamos que bancos estão com problemas e que lideres é que tiveram…
    Espero sinceramente que o pais tenha coragem para desmascarar toda esta situação.

    • Será que ainda não viu que este “Senhor” sabe o que sabe, porque também está lá metido (directa ou indirectamente)? Ele só “manda bitaites” porque ninguém o quer no “pódio” das decisões. É preciso um aldrabão para identificar aldrabões. Num exemplo (sem estar ligado a este “senhor”): Lembra-se da invasão ao Iraque e a procura (infrutífera) de armas de destruição maciça? Eles sabiam que lá estavam porque foram eles que as venderam!
      Esse “senhor” (Marques Mendes) está afazer pela vida. Já que ninguém o quer (PSD) arma-se em comentador, mas com informações (verdadeiras ou não) fornecidas pelo partido laranja. Serve para atirar ideias ao ar a ver se colam. É um senhor (juntamente com o Santana Lopes) a quem não deviam dar qualquer credibilidade e atenção.
      E todo este comentário foi em resposta à “postura séria” do “Exmo Senhor Prof. Dr. Marques Mendes”. Se há coisa que ele não é, é sério. Ele gostava era de estar lá a fazer os tais “roubos de lesa pátria”…

  3. O que o senhor LMM pretende dizer é que a CGD tal como qualquer outra empresa estatal foi mal gerida em proveito de quem o fez e neste caso esta como detentora de capital foi servindo ainda de pai natal distribuindo a massa por mais uns tantos amigos de cor politica para agradar a todos.

    • O que ele não diz é que era ele que lá queria estar a “gerir” aquilo em proveito próprio. Ele é que queria ser o “pai natal distribuindo a massa por mais uns tantos amigos de cor politica para agradar a todos”. Mas é melhor não dizer. Pode ser que tenha hipótese de vir a ser Presidente da República (à la Marcelo)… Não me parece.
      Um dia, nem para comentador da treta, o querem mais.

  4. “operações de financiamento concedidas entre 2005 e 2010” É curioso que, apesar de “indicar” que há “”muito boa gente” no PS e no PSD interessada em que não se investigue o que se passou na gestão CGD””, decidiu referir apenas (e só) um periodo de tempo do Governo Socialista. Curioso, não é?
    Este “senhor” está a ver se “dá uma de Marcelo”, ou seja, “arma-se em comentador, agrada (engana) o povo, (durante anos) diz-se independente, e candidata-se para Presidente. Só que este “sonso” não tem o carisma do Marcelo. Nem pouco mais ou menos. Ele precisa deste tempo de antena, não para se auto-promover, mas sim, para que não caia no esquecimento (algo que acontecerá eventualmente).

  5. Não há ninguém aqui que não saiba que a CGD sempre foi o “refúgio” de muita escumalha partidária. Foi sempre um albergue de “boys”, tanto do PS, como do PSD e CDS.
    É de facto uma falácia, bem reles aliäs, querer imputar responsabilidades exclusivas a tempo de gestão de um partido apenas. É uma especie de tentativa de “sacudir a água do capote” quando, todos sabemos, todos têm responsabilidades.
    O que a CGD verdadeiramente necessita é duma auditoria externa, competente, isenta e apartidária que faça luz sobre os devaneios que ali ocorreram.
    Como é óbvio, Marques Mendes fez o que era esperado, balizou temporalmente e de forma não isenta como deveria em abono da verdade, ao período de 2005/2010. No meu ponto de vista, perdeu credibilidade.
    O que vai acontecer é que vamos ser nós a “pagar o pato” uma vez mais, consequências não vão existir para os responsáveis e, a pouca vergonha vai continuar, independentemente do governo ser PS, PSD ou CDS/PP.

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