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PS diz que nunca houve ministro da Ciência no actual governo

EWEA / Flickr

José Carlos Zorrinho

José Carlos Zorrinho

O dirigente socialista Carlos Zorrinho considerou hoje que “nunca houve” um ministro da Ciência no atual Governo, mas defendeu que não faz sentido pedir individualmente a demissão de membros do executivo PSD/CDS.

Carlos Zorrinho falava numa declaração aos jornalistas, na Assembleia da República, a propósito da controvérsia em torno da alegada existência de cortes nas bolsas de doutoramento e pós-doutoramento.

“Não faz sentido pedirmos a demissão de ministros individualmente, mas a verdade – e é a pergunta que deixou aos portugueses – é se alguma vez houve ministro da Ciência neste Governo?”, questionou o ex-líder parlamentar socialista, depois de interrogado se o PS defende a demissão do ministro da Educação, Nuno Crato.

Sobre a ação de protesto contra a política do Governo na área da investigação, o ex-secretário de Estado dos executivos liderados por José Sócrates disse imaginar neste momento “a tristeza dos bolseiros que se manifestam” contra a política do Governo.

“Não é apenas o facto de esses bolseiros verem a sua vida precarizada e não saberem como vão pagar as suas contas nos próximos meses. Um bolseiro de investigação aposta uma vida num projeto – e ver um projeto apagado, como quem apaga um interruptor de luz, é próprio de alguém que demonstra uma enorme insensibilidade”, advogou.

De acordo com Carlos Zorrinho, o PS “está solidário com os investigadores portugueses”, partilhando com eles “a mesma visão de futuro para Portugal – um país com um futuro baseado no conhecimento, na inovação e nas competências”.

“O Governo está a hipotecar o nosso futuro, fazendo com que os mais qualificados sejam obrigados a emigrar. Por outro lado, desvaloriza o trabalho dos que cá ficam, pressionando para uma baixa de salários”, apontou.

Nas suas declarações, Carlos Zorrinho disse ainda que o Governo “vê sinais positivos no empobrecimento”, facto que, pelo contrário, para o PS, “é um sinal tragicamente negativo”.

“O ajustamento feito através do empobrecimento tem como único significado que os sacrifícios pedidos aos portugueses são para sempre e não têm fim. O PS defende o ajustamento pelo crescimento, pelo conhecimento e pela inovação”, acrescentou o dirigente socialista.

/Lusa

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