PS acusa Cavaco Silva de “fraca qualidade moral”

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Manuel de Almeida / Lusa

O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias

Aníbal Cavaco Silva considera que a ideia de “contas certas” é uma “armadilha do poder socialista para iludir os portugueses” para “desviar a atenção (…) dos graves problemas do país”. Em resposta, o líder parlamentar do PS acusou o ex-Presidente de “fraca qualidade moral”, aludindo ao tempo de Passos Coelho.

Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do Partido Socialista (PS) acusou Cavaco Silva de revelar “fraca qualidade moral”, ao fingir que não sabe que o argumento da ausência de contas certas foi usado para cortar salários e pensões.

Num artigo no jornal Público, esta segunda-feira, o ex-Presidente da República defendeu que a ideia de “contas certas” é uma “armadilha” e uma tentativa “do poder socialista para iludir os portugueses” e esconder “a incompetência e a baixa qualidade moral de alguns ministros”.

“É (…) normal que os cidadãos não especialistas na matéria tenham colhido a ideia de que ‘contas certas’ é um objetivo primordial da política orçamental. Tratou-se, no entanto, de uma armadilha do poder socialista para iludir os portugueses, em que caíram vários agentes do espaço político e mediático bem-intencionados”, sustenta o também antigo primeiro-ministro.

Em resposta, numa publicação na sua página de Facebook, Eurico Brilhante Dias escreveu: “Da fraca qualidade moral. Fingir que não se sabe que o argumento da ausência de contas certas foi usado para cortar salários, pensões, prestações sociais, fazer um enorme aumento de impostos e diminuir o Estado Social, degradando a Escola Pública e o SNS [Serviço Nacional de Saúde], com números históricos de emigração (360 mil entre 2013 e 2015 – ver Pordata). Tudo porque as contas não batiam certo”.

“Quem vive do seu salário e da sua pensão sabe bem qual é a ‘armadilha'”, concluiu o líder da bancada socialista.

Brilhante Dias recordou os tempos dos governos chefiados por Pedro Passos Coelho, no tempo em que a “Troika” do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e União Europeia estavam em Portugal a avaliar as medidas de redução do défice orçamental em que foram cortados salários e pensões, com o argumento de que era necessário que o país reduzisse a dívida pública e voltasse a ter contas certas.

ZAP // Lusa

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