Cavaco denuncia a “armadilha” do PS para iludir os portugueses

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

Conceito usado pelo Governo serviu não só para “desviar a atenção dos graves problemas do país”, mas também para “esconder a incompetência e a baixa qualidade moral de alguns ministros”, atira o ex-Presidente da República.

O ex-Presidente da República Cavaco Silva defende esta segunda-feira, em artigo de opinião, que a ideia de “contas certas” é uma tentativa “do poder socialista para iludir os portugueses” e esconder “a incompetência e a baixa qualidade moral de alguns ministros”.

“É (…) normal que os cidadãos não especialistas na matéria tenham colhido a ideia de que ‘contas certas’ é um objetivo primordial da política orçamental. Tratou-se, no entanto, de uma armadilha do poder socialista para iludir os portugueses, em que caíram vários agentes do espaço político e mediático bem-intencionados”, sustenta o também antigo primeiro-ministro, no artigo publicado no jornal Público.

Na opinião de Aníbal Cavaco Silva, as “contas certas” não foi somente “a armadilha que o Governo socialista montou para, com algum sucesso, desviar a atenção (…) dos graves problemas do país”, mas também “uma tentativa de esconder a incompetência e a baixa qualidade moral de alguns ministros”.

E pergunta: “Porque é que o Governo socialista, através do insistente discurso das ‘contas certas’ nos anos recentes, procurou passar a mensagem de que o saldo orçamental, positivo, equilibrado ou ligeiramente negativo, era o objetivo primordial da política orçamental, quando de facto não o é?”.

Para o antigo governante, “o que o Governo pretendeu foi condicionar o debate orçamental e o comentário político, desviar as atenções e abafar as consequências negativas da sua política”, dando exemplos do “desperdício dos dinheiros públicos, evidenciado pelo crescimento acentuado da despesa pública, enquanto se assiste à degradação da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos”.

No artigo, o social-democrata argumenta que “o monstro da despesa pública atingiu uma tal grandeza e ineficiência que o seu controlo só será possível através da adoção de um orçamento de base zero, em que cada serviço público tem de justificar e fundamentar as verbas solicitadas para o novo ano, em lugar de tomar por base o Orçamento do ano anterior”.

Cavaco Silva dá como exemplos “a degradação do Serviço Nacional de Saúde”, a crise da habitação e da escola pública, “o sistema fiscal caótico, inequitativo, complexo, instável e não competitivo internacionalmente, (…) os baixos salários” e “o empobrecimento relativo do país”.

“Espero que o Governo saído das eleições antecipadas coloque o saldo orçamental no seu devido lugar, adote uma atitude de transparência e rigor na gestão dos dinheiros públicos e perceba que o processo legislativo orçamental vigente é, ele próprio, fonte de desperdício e bastante prejudicial à eficácia da política orçamental na prossecução dos seus verdadeiros objetivos e proceda à sua reforma, aproveitando os estudos elaborados pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República”, sugere o ex-chefe de Estado.

ZAP // Lusa

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14 Comments

  1. lol, já cá faltava este, que deu os fundos europeus aos amiguinhos todos e destruiu a ferrovia nacional.

    Ó cavaco, esconde-te e não apareças mais, pá. Já ninguém te aguenta.

  2. O Professor Cavaco Silva deve saber que se as contas não forem certas a dívida pública terá de aumentar. É isso que ele quer? Mais dívida pública num país onde ela ultrapassa os 100% do PIB?…Ainda bem que Cavaco não foi meu professor de economia…

  3. Teve o tempo de antena dele e só fez bosta agora era por bem retirar-se gozar a reformazinha e não semear veneno! Nunca votaria em ninguém as suas relações.

  4. De facto há muita gente que fica incomodada quando Cavaco fala. Por alguma coisa é. Deixem o homem falar. Aprender-se-á alguma coisa e só aceita quem quer. Por que é que os anteriores Presidentes da República, Soares e Sampaio, podiam falar e até intervir politicamente ao lado do partido a que pertenciam e o Cavaco não pode? Ai a tolerância desta esquerda intelectualizada! Rebatessem o homem com factos e teorias económicas, mas não. Utilizam argumentos de tasca, seguindo o argumentário do advogado do 1º Ministro e seu Amigo.

  5. Os comunistas fingem que se esqueceram … que os criminosos comunistas já foram particamente expulsos até proibidos na maioria das Nações Europeias. Não NOS façam de parvos, quando a parvoíce tem dono ..o comunismo.

  6. O “orçamento de base zero” já era conhecido há pelo menos 30 anos. Cavaco nunca fez nada nesse sentido, enquanto foi responsável. A sua administração na década 90 foi paradigma de um crescimento enorme da administração pública, acompanhada por equivalente aquisição de prestação de “serviços técnicos” a apaniguados, com base no argumento de que não havia técnicos “competentes” na administração. Mas enfim, a questão da “competência” é o seu cavalo de batalha hoje, quando o seu perfil de economista caiu tão baixo que provoca riso das pessoas minimamente isentas.

  7. O BES , é um Banco seguro , continuem a depositar as vossas Poupanças !……………………….Afirmava este “Artista” por todos os meios de Comunicação Social , poucos Dias antes da Implosão ! . De armadilhas percebe Ele !

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