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Na próxima década, 1 em cada 2 professores tem de ser substituído

A média de idade dos professores portugueses situa-se nos 49 anos, o que faz com que Portugal seja um dos países da OCDE onde esta classe está mais envelhecida.

Os professores portugueses estão cada vez mais velhos. A OCDE garante agora que, à conta das aposentações, durante a próxima década, Portugal vai ter de substituir 1 em cada 2 professores no ativo.

Ainda assim, o envelhecimento da profissão não é exclusivo do sistema educativo português. Nos últimos 5 a 10 anos, a grande maioria dos países viu a idade da classe docente aumentar, alerta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), citada pelo Observador.

“Estes países vão ver-se a braços com o desafio de atrair e preparar um número elevado de professores nos próximos anos, a não ser que assistam também a um decréscimo do número de estudantes”, defendem os relatores do TALIS (Teaching and Learning International Survey), o inquérito feito aos professores, de cinco em cinco anos, pela OCDE, publicado esta quarta-feira.

A idade média dos professores portugueses é de 49 anos, o que contrasta com os 44 anos de média da OCDE. Além disso, quase metade tem mais de 50 anos (47%) e a faixa etária acima dos 60 já representa 20% da classe docente portuguesa.

Os números referentes aos diretores são ainda mais altos. A média situa-se nos 54 anos, com 23% a ter mais de 60 anos. Excluindo reformas antecipadas ou por invalidez, nos próximos 15 anos, quase dois terços dos professores (67%) terão idade suficiente para se aposentarem.

A idade média dos professores coloca Portugal na lista dos países da OCDE onde os docentes são mais velhos. Só a Bulgária, Estónia, Lituânia e Georgia têm uma classe docente mais envelhecida do que a portuguesa, com a idade média a chegar aos 50 anos neste último país. Do lado oposto, entre os 38 países analisados no relatório, está a Turquia onde a idade média é de 36 anos.

“Como a idade média de aposentação na OCDE é de 64,3 anos para os homens e de 63,7 anos para as mulheres, isto significa que os sistemas educativos vão ter de renovar pelo menos um terço da sua força de trabalho nos próximos 15 anos, assumindo que o número de estudantes se mantém estável”, lê-se no TALIS.

No caso de Portugal, a perspetiva piora, uma vez que é previsível que mais de metade dos professores ativos se reformem durante os próximos 10 anos. “Isto significa que Portugal vai ter de substituir um em cada dois membros da sua força de trabalho ao longo da próxima década.”

Mas este não é o único problema: os cursos superiores de Educação estão a atrair cada vez menos alunos, o que poderá vir a criar um problema de oferta em alguns grupos de recrutamento no curto prazo.

ZAP //

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