Apresentadas “provas físicas” da derrota de Maduro nas eleições na Venezuela

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Hugoshi / wikimedia

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

Há actas que comprovam que o opositor de Nicolás Maduro, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições presidenciais de 28 de Julho na Venezuela.

Estas actas foram apresentadas numa sessão do Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) pela chefe da missão de observação eleitoral da organização não governamental Centro Carter, Jennie Lincoln, que reforçou que as presidenciais venezuelanas “não podem ser tidas como democráticas”.

“Trata-se de actas originais da Venezuela, com um código QR, o que é muito significativo”, explicou Lincoln, notando que isso “permitiu que milhares de testemunhas de milhares de assembleias de voto recolhessem sistematicamente informações a partir dos dados originais produzidos pelo Conselho Nacional Eleitoral”.

A chefe da missão explicou ainda que as actas de 30.026 assembleias de voto foram analisadas pela oposição, pelos observadores internacionais e pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido no poder).

Urritia com 67% e Maduro com apenas 31%

“A oposição analisou e também os observadores independentes que tiveram acesso aos dados originados pelo CNE, que mostravam que Edmundo González Urrutia ganhou as votações com 67% e que Nicolás Maduro conseguiu 31%“, explicou também Lincoln.

O Centro Carter é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1982, pelo ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, e pela sua esposa, Rosalynn Carter, que visa promover a paz e a saúde no mundo, envolvendo-se na resolução de conflitos, na promoção da democracia e na monitorização de eleições.

Neste âmbito, o acordo do Centro com o Governo venezuelano para observar as presidenciais garantia acesso total ao processo eleitoral e a todos os participantes, liberdade de deslocação em todo o país e liberdade de expressão, sem restrição nem filtro algum, salientou Jennnie Lincoln.

A dirigente do Centro Carter acrescentou que a missão foi composta por 17 peritos eleitorais, com uma equipa central em Caracas e outras três nas cidades de Maracaibo, Barinas e Valência.

“Prova física da vitória de Edmundo González”

“O sistema de votação eleitoral venezuelano é excelente“, avaliou também a chefe de missão, notando que “emite dois comprovativos de papel: a acta que é impressa com a totalização dos votos, que dá um resumo por assembleia de voto, e um comprovativo para o eleitor confirmar o seu voto”.

Lincoln explicou ainda que as actas das eleições “são documentos públicos do que é enviado ao Conselho Nacional Eleitoral, imprimem-se de imediato e dão a todas as testemunhas eleitorais, de todos os partidos políticos, aos observadores e aos cidadãos a possibilidade de totalizar” os resultados.

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, já se manifestou depois da divulgação das actas, salientando que são “a prova física da vitória de Edmundo González”.

“O mundo sabe o que aconteceu a 28 de Julho. Agora têm nas suas mãos a verdade”, escreve María Corina Machado na rede social X.

As eleições presidenciais na Venezuela realizaram-se a 28 de Julho passado, com o Conselho Nacional Eleitoral a atribuir a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição venezuelana contesta, desde então, os dados oficiais e alega que o antigo diplomata Edmundo González Urrutia que está exilado em Espanha, obteve quase 70% dos votos.

ZAP // Lusa

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