Projeto piloto leva telefones às celas das cadeias de Tires e Linhó

Mário Cruz / Lusa

Vão começar a ser instalados, ainda neste ano, telefones nas celas das prisões de Tires e Linhó, um projeto piloto que vai durar seis meses, indicou nesta quarta-feira o diretor geral das prisões, Rómulo Mateus.

À Renascença Rómulo Mateus explicou que a medida, importada de França, visa reduzir o tráfico de telemóveis, as tensões entre guardas e detidos e o número de suicídios. “Agora é só uma questão técnica e tem de haver um enquadramento legislativo que permita sairmos deste paradigma que temos de uma chamada por dia durante cinco minutos, que não serve os interesses de ninguém”, indicou.

Segundo o responsável, as cablagens e os equipamentos serão instaladas dentro de “alguns meses”, devendo o projeto começar a funcionar “ainda neste ano”.

A cada três meses, rusgas nas cadeias. É “uma rusga maior, mais generalizada, com o apoio do grupo de intervenção e segurança prisional, com o grupo de cinotecnia”, explicou no programa As Três da Manhã. Nestas rusgas são encontrados, por exemplo, telemóveis, droga, seringas, bebida fermentada, apontou.

O diretor reconheceu a falta de guardas prisionais. “Quando temos 49 estabelecimentos prisionais, alguns muito pequenos, torna-se difícil dizer que temos um número suficiente de guardas. Mas estamos empenhados e temos o apoio da tutela para entrar num programa rotineiro de recrutar os meios necessários de segurança e vigilância”, adiantou.

Relativamente aos meios, Rómulo Mateus indicou: “Olhemos para as equipas de reinserção social, olhemos para os centros educativos, para os serviços centrais, onde são necessárias viaturas dos serviços gerais, que estão todas muito envelhecidas: frequentemente ou o conta-quilómetros já deu a volta ou são viaturas todas do século passado”.

“A frota automóvel é um sério problema desta direção geral. Precisamos urgentemente de renovar as carrinhas celulares, mas também as viaturas de serviços gerais”, sublinhou.

Relativamente ao processo de construção da nova cadeia de Ponta Delgada, o diretor dos serviços prisionais explicou que esta “tem uma dificuldade natural: um cone de escórias basálticas – ditas bagacinas – que têm que ser removidas. O concurso para remoção entrou em derrapagem por questões legais e, tanto quanto sei, foi anulado”.

“Vamos, portanto, ter de retomar esse processo, porque o terreno tem de ser preparado para receber um estabelecimento prisional que albergará entre 400 e 500 reclusos”, concluiu o responsável.

ZAP //

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