A menos de uma semana de se apresentaram nas escolas onde foram colocados, alguns professores têm que recorrer a parques de campismo para viver enquanto esperam por casas no Algarve, noticia esta quinta-feira o Diário de Notícias.
De acordo com o diário, os professores enfrentam dificuldades em encontrar casa no Algarve devido ao turismo que é muito forte na zona até meados de setembro.
Face à escassez de casas para alugar, os docentes procuram parques de campismo, pensões e hostels. Este é um problema que “tem vindo a agudizar-se, devido ao volume do turismo na zona”, que é também “cada vez menos sazonal”, afirma a presidente do Sindicato Democrático de Professores do Sul (SDP Sul), Josefa Lopes, ao DN.
A falta de casas, que, por norma, de outubro até maio está destinada ao turismo, pode mesmo levar professores a desistir da vaga em que foram colocados.
“Porque [os docentes] têm família e as condições que lhes são oferecidas não são minimamente razoáveis para levar um ou mais filhos consigo”, conta Josefa Lopes, em declarações ao mesmo jornal. O mais comum, acrescenta, é “ver professores que já evitam candidatar-se a determinados lugares por más experiências relativamente ao alojamento”.
“Vejo colegas que neste momento estão em grande stress porque entram ao serviço no dia 2 mas o alojamento só está disponível a 15 (na maior parte dos casos)”, escreveu esta terça-feira Arlindo Ferreira, diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio, no blogue Arlindovsky, do qual é autor, numa publicação intitulada: “Os Professores não vão de férias para o Algarve, vão trabalhar”.
Situação semelhante relata Susana Ferreira, de 42 anos, ao Diário de Notícias. “Todos os meses de agosto penso em desistir“, diz a educadora de infância, natural de Braga, que terá de se apresentar pelo segundo ano consecutivo numa escola do Algarve.
A educadora conta que para viver no Algarve no início das aulas tem que optar entre viver num parque de campismo ou viver “a preço de turista”.
Susana, que está à procura de casa no Algarve, diz que lhe pedem “600 euros” por um T2, valor que recorda que é metade do seu ordenado. Em alternativa, tem os “preços de turistas”, que diz ser também incomportável.
“Não vou gastar 500 euros numa semana. Não ganhamos para pagar isto. Mesmo num bungalow (num parque de campismo) já é difícil ficar, porque são caros”, conta ao DN.
Face às dificuldades, Susana pondera ficar num parque de campismo até dia 15 de setembro, data a partir da qual conseguiu assegurar uma casa.
A sindicalista Josefa Lopes alerta, contudo, que os professores podem ter que ficar mais tempo do que esperado num parque de campismo, uma vez que o turismo se está a tornar menos sazonal e previsível. “Aqueles que aceitam ficar nesta situação (em parques de campismo) pensam que a situação será transitória. Se calhar é, mas o nosso turismo está cada vez menos sazonal”, alerta.
Este é um problema já conhecido dos sindicatos, segundo conta ao DN o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). Um colega, recorda, “geria um parque de campismo em Lagos e arranjava forma de os professores lá ficarem”.
“Infelizmente, é um problema que já vem de longe. E não apenas no Algarve, embora deva estar a sentir-se mais por lá, devido ao aumento do turismo e de casas destinadas a turismo”, reitera o mesmo responsável.
A 16 de agosto foi divulgada a lista de colocação dos professores no site da Direção-Geral da Administração Escolar, cerca de um mês antes do início do ano letivo. De acordo com informação do Ministério da Educação, 24 mil professores foram colocados, sendo que 13 mil docentes mantiveram a colocação nas escolas onde estiveram no ano anterior.
Sempre foram tratados como escravos. Mesmo de castigo (congelamentos, contribuições extraordinárias, aumento da carga letiva), os dados da OCDE relativos ao ensino em Portugal, sempre a subir. Isto é que é um país que investe no futuro! Deixa-me orgulhoso! Claro que estou a ser irónico, principalmente se me lembrar que a Coreia do Sul era, nos anos 1960, um país pobre, investiu tudo no ensino e hoje todos sabemos que tipo de país é aquele. O meu povo chama a isso “ter vistas largas”.
Sempre os mesmos a chorar, toda gente se preocupa com a função, esquecem se que no privados há trabalhadores que vivem nos carros. E a grande maioria mesmo com licenciaturas ganham €600
és mesmo um imbecil….
invés de usar esses tocos, a que chamas dedos, para evidenciares a tua profunda inutilidade social e a tua insignificancia intelectual, usa-os e enfia-os nos orifícios que a natureza te providenciou.
Já agora, tanta inveja apraz-me dizer-te. ESTUDASSES!!!! Assim podias ser um dos milhares de “chorões”
Que mania de relacionar o salário com as habilitações acadêmicas e não com as funções que se exerce!!!
Caro amigo… “Mais do mesmo” é o que ideias como a sua provocam. No privado, se os trabalhadores não ganham bem, a culpa é dos gestores. Olhe pergunte ao gestores dos grandes negócios privados porque é que escondem os lucros em Off-Shore, fugindo a pagar impostos no seu país, cuja carga fiscal depois têm de ser distribuída e suportada pelos trabalhadores, que não podem esconder os ordenados em Off-Shore.
Duas frases de dois gestores do sector privado:
Patrick Drahi: “Pago o mínimo [de salários] que puder”.
Belmiro de Azevedo: “Se não for a mão-de-obra barata, não há emprego para ninguém”.
Sabia que no privado a discrepância entre ordenados dos trabalhadores e dos quadros superiores é infinitamente maior do que no sector público? Toda a gente se escandaliza quando os ordenados dos trabalhadores são mais elevados do que os do privado (por pura inveja, que é a principal característica Portuguesa). Mas ninguém aponta o dedo aos CEOs das empresas privadas que em geral ganham muito mais do que os quadros superiores das empresas públicas. E esta hém… O Português pobre realmente é um gajo que não precisa que ninguém o lixe… Eles lixam-se uns aos outros e ainda idolatram quem anda a viver à custa deles. Idolatram porque também gostavam de ser como eles e viver à custa dos outros.
Verdade! E quando trabalhadores do setor privado fazem greve para melhorarem os salários e condições de trabalho, viram-se logo contra eles. Viu-se bem recentemente na greve dos camionistas, mas também na dos trabalhadores da Autoeuropa e na dos estivadores. Inveja e medo é o que move muita gentinha.