Apenas 9% dos alunos realizaram a prova de aferição de TIC devido a problemas técnicos, falta de computadores e informações tardias mas, para o IAVE, tudo correu “com normalidade”. Elementos responsáveis do Júri Nacional de Exames já puseram o seu lugar à disposição.
Arrancaram esta terça-feira as provas de aferição de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) mas… só para alguns alunos.
Depois de o Ministério da Educação ter garantido que tudo estava a postos para a realização da prova, vários problemas levaram as escolas a adiar as provas de aferição da disciplina dos 5.º e 8.º anos, com muitos alunos a serem impedidos de realizar o exame.
Naquele que é o primeiro ano com provas em formato digital, problemas técnicos informáticos relacionados com a instalação do servidor nos computadores dos alunos, problemas na criação da palavra-passe e até carência de computadores estão entre os constrangimentos listados.
Do total de 80 mil inscritos na prova de informática, apenas 7450 alunos realizaram o exame no primeiro dia. Houve ainda estudantes que, devido a dificuldades técnicas relacionadas com o programa exigido, não conseguiram terminar a prova.
Só na passada sexta-feira é que chegou às escolas a informação de que seria necessário instalar uma aplicação para a realização da prova. O manual de instruções da prova, publicado pelo Júri Nacional de Exames a apenas dois dias do seu arranque, pode também ter provocado este descalabro.
Na véspera do arranque das provas, elementos responsáveis do Júri Nacional de Exames puseram o seu lugar à disposição.
À RTP, o Presidente Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima explicou porque é que uma simples aplicação pode representar um grande obstáculo.
“O tempo de colocar uma aplicação em cada computador dos nossos alunos é um trabalho que tem de ser feito pelos nossos professores de informática, que também dão aulas. É mais um trabalho para estes professores que podia ser feito atempadamente”, reforça Lima.
Em declarações à Renascença, o presidente acrescentou que houve problemas “de uma forma generalizada”, desde “atualizações de programa que não deviam ter acontecido, bloqueios da plataforma e códigos errados”.
“Não é admissível, durante uma prova de aferição, termos atualizações nos computadores. A partir de amanhã, devem ser situações normalizadas para que as provas decorram sem qualquer constrangimento”, apelou, esta terça-feira, enquanto apontou o dedo ao Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), que está responsável pela elaboração e classificação das provas.
“As provas de aferição também serviram para aferir estas situações que não foram tidas em conta pelo IAVE”, critica.
O IAVE diz não ter conhecimento dos pedidos de adiamento das provas e desmente grandes constrangimentos, defendendo que as provas de TIC decorreram “com normalidade”
O bom funcionamento das provas foi diretamente afetado pela greve dos professores, que não esteve sujeita a serviços mínimos.
Mais de 250 mil alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade vão realizar as provas em formato digital.
Aguarda-se ainda a indicação de uma nova data para a realização dos exames que ainda não foram feitos. As provas de aferição podem, de acordo com o calendário do IAVE, ser realizadas até 26 de maio.