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“Não posso ser primeiro-ministro”. Shinzo Abe demite-se por problemas de saúde

CSIS / Flickr

Shinzo Abe, Primeiro-ministro do Japão

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou a sua intenção de renunciar ao cargo, por razões de saúde, de acordo com a televisão japonesa NHK e outros media nipónicos.

“Não posso ser primeiro-ministro se não consigo tomar as melhores decisões pela população. Decidi resignar ao meu cargo”, disse Shinzo Abe, de 65 anos, durante uma conferência de imprensa.

As preocupações sobre o problema crónico de saúde de Abe voltaram à discussão pública desde o início do verão e intensificaram-se neste mês, quando deu entrada por duas vezes num hospital de Tóquio, para realizar exames não especificados.

Shinzo Abe sofre de colite ulcerosa há vários anos.

Nos últimos dois meses, Shinzo Abe limitou as aparições públicas aos eventos comemorativos do 75.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.

Segundo a NHK, no final da semana passada, o chefe de gabinete do primeiro-ministro assegurou que Shinzo Abe continuaria no cargo e que o seu estado de saúde não tinha sofrido qualquer agravamento, mas, segundo a rádio, terá mesmo chegado ao fim o seu mandato.

A decisão é tomada após quase oito anos como chefe de Governo, batendo esta semana o recorde de longevidade no cargo.

Abe, em 2007, demitiu-se abruptamente, na primeira vez que ocupou o cargo, também devido a problemas de saúde, e lidera o Governo desde final de 2012, um recorde de longevidade para um primeiro-ministro japonês.

De acordo com a agência Reuters, a resignação vai despoletar uma corrida ao poder dentro do Partido Liberal Democrata dentro de duas ou três semanas. O vencedor tem de ser formalmente eleito no parlamento e, após isso, terminará o resto do mandato de Abe, até setembro de 2021.

O Jornal de Negócios aponta que a notícia da saída de Abe motivou perdas generalizadas no mercado acionista do Japão. O índice Nikkei fechou o dia a perder 1,41%, depois de ter chegado a desvalorizar 2,65%, enquanto o Topix deslizou 0,68%, após descer um máximo de 1,55%.

ZAP // Lusa

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