Kishida, o primeiro-ministro que pediu desculpas por corrupção

Eugene Hoshiko/EPA

Fumio Kishida, primeiro-ministro do Japão

Fumio Kishida forçado a apresentar um pedido de desculpas devido a um dos maiores escândalos do país em décadas.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, foi forçado hoje a apresentar um pedido de desculpas, durante a primeira sessão parlamentar deste ano, devido a um dos maiores escândalos de corrupção do país em décadas.

A procuradoria japonesa acusou formalmente 10 pessoas de corrupção, incluindo três legisladores e vários assessores políticos, sendo mais um golpe no já impopular Governo de Kishida.

Em dezembro, Kishida removeu do seu gabinete e de cargos importantes do seu partido pessoas ligadas ao escândalo, mas os índices de apoio ao seu Governo caíram para cerca de 20%.

O escândalo centra-se em fundos políticos angariados através de bilhetes para eventos partidários adquiridos por indivíduos, empresas e organizações.

Dezenas de legisladores do Partido Liberal Democrata (PDL) de Kishida são acusados de se ter apropriado dos lucros provenientes da venda de bilhetes, através de subornos e falsificando relatórios contabilísticos obrigatórios.

Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa do governo de Shinzo Abe, com 64 anos, Fumio Kishida foi eleito pela Dieta, o parlamento japonês, como 100º primeiro-ministro do país em 2021, depois de ter conquistado a liderança do PDL, partido de direita conservadora que domina a política japonesa desde 1955

Veterano da política japonesa, Kishida é considerado pouco carismático, mas reúne consensos na classe política japonesa. Oriundo de uma família tradicional de políticos de Hiroshima, durante a sua infância viveu em Nova Iorque, nos EUA, onde diz ter sido alvo de racismo.

Durante sua campanha eleitoral, e já depois, como primeiro-ministro, Kishida afirmou que uma das suas prioridades seria fortalecer a aliança com os EUA  para enfrentar a crescente influência da China. É contra ao casamento gay, que continua a ser ilegal no Japão, e fã de baseball, o desporto preferido dos japoneses.

// Lusa

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