O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Chung Hong-won, apresentou hoje a sua demissão na sequência das críticas à gestão da crise do naufrágio do ‘ferry’, que causou pelo menos 187 mortos.
“Eu acredito, que como primeiro-ministro, é certamente o meu dever assumir as responsabilidades e demitir-me”, disse Chung Hong-won, em conferência de imprensa, 11 dias depois da tragédia.
De acordo com o mais recente balanço oficial, estão confirmadas 187 vítimas mortais, havendo ainda 115 desaparecidos.
O ‘ferry’ “Sewol”, que transportava 476 passageiros, na sua maioria estudantes do ensino secundário, seguia em direção à ilha de Jeju, no sul do país, quando naufragou.
“Apresento as minhas desculpas por ter sido incapaz de impedir que este acidente acontecesse e incapaz de responder de forma adequada depois”, afirmou o primeiro-ministro
O Governo sul-coreano tem sido duramente criticado por causa do desastre e sobretudo devido à forma como geriu as operações de resgate.
“O recente acidente deixou todos os sul-coreanos em grande estado de choque e tristeza. Muitos]dias passaram desde o acidente, mas os gritos das famílias dos desaparecidos ainda me mantém acordado à noite”, afirmou Chung Hong-won, em conferência de imprensa, transmitida pela televisão.
“Caros sul-coreanos, não é hora para apontarmos o dedo uns aos outros, mas para completar as operações de resgate e tratar adequadamente das suas consequências. Peço-vos que me ajudem a ultrapassar esta difícil situação”, disse o primeiro-ministro cessante.
“Eu sinceramente espero que os sul-coreanos e que os familiares das vítimas do Sewol me perdoem e me compreendam por não ter sido incapaz de cumprir as minhas obrigações até ao fim”, acrescentou.
Apesar de a ‘chama’ da esperança de encontrar sobreviventes já ter sido extinta, ainda há um sentimento de raiva e de profunda frustração entre os familiares das vítimas dos desaparecidos relativamente ao ritmo das operações de resgate.
Todos os 15 membros da tripulação do Sewol estão sob custódia policial, enfrentando acusações como negligência por terem abandonado os passageiros.
A investigação oficial tem-se focado na demora na emissão da ordem de evacuação do ‘ferry’ por parte do capitão do barco, bem como na sobrecarga e eventuais imprecisões na contagem de passageiros.
/Lusa