Centro de Controlo e Prevenção de Doenças nos EUA está a trabalhar num novo espaço de previsão, que não será meteorológica. Mas há um pormenor…
Imagine que uma das últimas coisas que faz antes de sair de casa é ver a previsão do estado, não da meteorologia, mas do risco de contágio de COVID-19.
Parece uma ideia absurda mas, nos Estados Unidos da América, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças está a trabalhar nessa possibilidade.
Já houve um investimento inicial de 191 milhões de euros para recrutar cientistas de dados, epidemiologistas e pessoas da Ciência ligadas à comunicação, que vão apresentar previsões para o público e que vão tomar decisões com base nesses dados.
Será um “Serviço Nacional de Meteorologia, mas para doenças infecciosas”, descreveu a epidemiologista Caitlin Rivers.
Mas há um pormenor, lembra o portal FiveThirtyEight: os dados relacionados com o coronavírus não são tão fiáveis, nesta fase.
O aumento de testes rápidos caseiros – seis vezes mais – e o menor número de testes em laboratório podem “enganar”.
Ou seja, há cada vez menos relatórios automáticos de resultados de testes (que chegam através dos PCR em laboratório), porque poucas pessoas indicam às autoridades de saúde o resultado do seu teste rápido.
E os dados dos hospitais – que na prática já chegam tarde, no que diz respeito à prevenção – até podem deixar de estar indisponíveis ainda neste ano, quando for decretado o fim do estado de emergência nacional na saúde pública.
Jason Salemi, epidemiologista da University of South Florida College, acha que os números oficiais nos EUA, nos últimos tempos, são apenas uma “subconta” das contas reais, que têm crescido.
Fazer um mapa com base nisto seria quase como prever o estado do tempo sem ter uma base confiável em relação à temperatura ou à humidade.
Coronavírus / Covid-19
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