O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, disse hoje estar surpreendido por Portugal ser uma excepção europeia no entendimento político alargado entre as diferenças forças partidárias, sobretudo quanto à resolução de problemas estruturais.
“Surpreende-me que Portugal seja um pouco a excepção, porque me chegam notícias frequentes, até da nossa vizinha Espanha, de diálogo frutuoso entre as diferentes forças políticas”, sublinhou em Tomar, à margem da inauguração do Centro de Inovação Tecnológica da IBM.
Questionado sobre o guião para a reforma do Estado, apresentado na semana passada pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, o Presidente da República salientou que se trata de um documento aberto ao debate e às contribuições” de todos os quadrantes políticos.
“Espero que agora surjam alternativas (…) porque mais tarde ou mais cedo nós temos que avançar no sentido da reforma do Estado”, concluiu.
Sobre a falta de consensos partidários em Portugal, o Presidente da República sustentou que “os partidos em Portugal têm que se habituar a trabalhar também em conjunto principalmente nas grandes orientações para o futuro de forma a resolvermos os problemas que temos”, até porque “alguns deles são estruturais”.
Cavaco Silva manifestou, contudo, “esperança que as próprias forças [partidárias] acabem por reconhecer, perante a realidade dos factos, de que é necessário que se sentem ‘à volta da mesa’ e cheguem a um entendimento de médio prazo”, tanto mais que, acrescentou, “é o que Portugal precisa e o que os portugueses querem”.
/Lusa