“Putin tem a sua lista, todos sabemos”, disse Sauli Niinistö. Mas colocar em Kiev um braço-direito nunca terá sido exigência do presidente russo.
Desde o momento em que os militares russos invadiram a Ucrânia, tem-se especulado diversas vezes que uma das prioridades de Vladimir Putin seria colocar alguém do seu “círculo” no cargo de presidente da Ucrânia, substituindo Volodymyr Zelenskyy.
Viktor Yanukovych, que foi presidente entre 2010 e 2014, e que era muito mais próximo de Moscovo do que do Ocidente, poderia ser a escolha número um do presidente da Rússia.
No entanto, o presidente da Finlândia revelou que esse cenário não está nos planos de Putin: “Ele tem a sua lista, todos sabemos. Mas parece que mudar o Governo na Ucrânia já não está nessa lista“.
Os dois líderes (Finlândia e Rússia) encontraram-se na sexta-feira passada: “Putin foi muito claro quando lhe perguntei sobre se tinha desistido dessa exigência: ele respondeu que nunca tinha exigido isso“, contou Niinistö, em entrevista à CNN.
Mas há outras exigências que Putin mantém: Crimeia deverá ser parte do território da Rússia e Donbass deverá ser uma região alargada, com território maior.
E a famosa desmilitarização da Ucrânia “está a decorrer”, de acordo com Putin. “Atacando a Ucrânia, sim. Parece que esse é o pensamento da Rússia”, admitiu o líder finlandês.
A quarta ronda de negociações entre responsáveis russos e ucranianos está a decorrer: “O que ouvimos foram comentários ligeiramente positivos, dos dois lados. Mas, apesar dos bons sinais, talvez ainda estejamos muito longe de conhecer o desfecho destes diálogos”.