O presidente filipino Rodrigo Duterte foi criticado por fazer uma piada durante um discurso sobre possíveis abusos cometidos ao abrigo da lei marcial.
“Se vocês falharem, eu também falharei. Mas serei o responsável por esta lei marcial, pelas as consequências da lei marcial e pelas ramificações da lei marcial. Façam o vosso trabalho, que eu cuido do resto”, disse Duterte na sexta-feira.
“Irei para a prisão por vocês. Se violarem três [mulheres], direi que fui eu. Mas se casarem com quatro, filhos de uma p***, vou bater-vos”, afirmou aos soldados filipinos.
O comentário provocou várias críticas nas redes sociais. Chelsea Clinton, filha do ex-presidente norte-americano Bill Clinton e da candidata presidencial Hillary Clinton, chamou Duterte de “assassino sem respeito pelos direitos humanos“.
Phelim Kine, vice-diretor da Human Rights Watch, descreveu o comentário do presidente filipino como uma “chocante” tentativa de humor que envia uma mensagem errada aos soldados.
Mas esta não é a primeira vez que Duterte faz uma piada sobre violações. Na véspera da vitória na eleição presidencial no ano passado, lembrou um acontecimento numa prisão em 1989, onde uma missionária australiana foi morta e os presos se alinharam para a violar.
Duterte disse que a vítima era linda e afirmou que, sendo o presidente da Câmara da cidade de Davao, onde a violação ocorreu, deveria ter sido o primeiro na fila. Mais tarde, o presidente filipino pediu desculpas e garantiu que não pretendia desrespeitar as mulheres ou as vítimas de violações.
Na terça-feira, o presidente filipino introduziu a lei marcial na província de Mindanao depois dos confrontos entre o exército e um grupo terrorista que apoia o Daesh. Durante a operação foram eliminados 13 terroristas na cidade de Marawi, no sul do país.
Cruticado só