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“É um grande presente para o nosso país”. Cambodja inicia produção de petróleo

O primeiro-ministro do Cambodja, Hun Sen, anunciou esta terça-feira que o reino extraiu pela primeira vez petróleo em águas territoriais, uma atividade há muito esperada num dos países mais desfavorecidos do sudeste asiático.

“A primeira gota de petróleo foi produzida” disse Hun Sen, citado pela agência Lusa, frisando que se trata “de um novo sucesso para a economia do Cambodja”.

“O ano 2021 chega e nós recebemos um grande presente para o nosso país: a primeira produção de petróleo no nosso território”, acrescentou o primeiro-ministro numa mensagem difundida na sua página na Facebook.

Hun Sen, no poder há 35 anos, na mesma mensagem defendeu as vantagens deste tipo de produção afastando “as inquietações” sobre “a nova riqueza”. “É uma benção para os cambodjanos”, afirmou, acrescentando “que não é uma maldição como alguns dizem”. O crude foi extraído de uma zona situada ao largo da costa de Sihanoukville, no sul do país.

A Tailândia e a Malásia, países vizinhos, exploram desde os anos 1980 os recursos de hidrocarbonetos no Golfo da Tailândia. O Cambodja atrasou-se na extração de crude apesar do gigante petrolífero norte-americano Chevron ter identificado as primeiras reservas em 2005.

O governo do Cambodja e a Chevron nunca chegaram a acordo sobre a exploração, tendo Phnom Penh assinado um contrato com a empresa de Singapura, KrisEnergy, que detém atualmente 95% da concessão. O resto da extração pertence ao Governo do Cambodja.

A companhia de Singapura prevê inicialmente uma produção de 7500 barris por dia, um valor modesto comparado com os níveis de extração da Tailândia ou do Vietname.

Mesmo assim, as receitas podem ser significativas para o governo que estimou em 2017 que pode arrecadar pelo menos 409 milhões de euros em ‘royalties’ durante a primeira fase do projeto. Após a descoberta das reservas, pela Chevron, o país estimou que as reservas submarinas têm capacidade para extrair centenas de milhares de barris em seis zonas distintas.

// Lusa

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