A edição deste ano do Prémio Sakharov distinguiu Raif Badawi, o blogger saudita condenado a 10 anos de prisão e a mil chicotadas.
A mulher do blogger saudita Raif Badawi afirmou hoje que o Prémio Sakharov dos Direitos Humanos, atribuído pelo Parlamento Europeu ao marido, constitui uma “mensagem de esperança e de coragem”.
“Agradeço ao Parlamento Europeu. Estou muito satisfeita com o prémio”, disse Ensaf Haidas à agência France Presse, em nome do marido.
Preso em 2012, Badawi foi condenado, em novembro de 2014, a 10 anos de prisão e a mil chicotadas — cinquenta por semana ao longo de 20 semanas — por insultar o Islão ao defender o diálogo político na Arábia Saudita.
Badawi sofreu uma primeira sessão de açoitamento a 9 de janeiro, mas foram adiadas as sessões subsequentes, primeiro por razões de saúde e, em seguida, por razões não especificadas.
O blogger partilhou a lista de finalistas ao Prémio Sakharov com a oposição democrática na Venezuela e o opositor russo Boris Nemtsov, a título póstumo.
O prémio, no valor de 50 mil euros, celebra a liberdade de pensamento e será entregue em Estrasburgo no dia 16 de dezembro.
No ano passado, o prémio foi entregue ao ginecologista congolês Denis Mukwege, especializado no tratamento de mulheres vítimas de violência em África.
Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (também a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988. Em 1999, o galardão foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, ao bispo Zacarias Kamwenho (Angola).
ZAP / Lusa