Prédio em risco de colapso em Leiria devido a piscina ilegal no terraço

foto: Alvesgaspar / Wikimedia

A construção de uma piscina, sem licença, no terraço de um prédio está a colocar em risco a estrutura que pode mesmo colapsar, segundo um relatório técnico. Um caso que chega de Leiria com os moradores do edifício a temerem que aconteça uma “tragédia irreparável”.

Está em causa uma piscina ilegal construída no terraço de um prédio no lote 4 da Avenida Adelino Amaro da Costa, em Leiria.

Um relatório técnico datado de Abril passado nota que a “piscina instalada na cobertura do edifício” está a provocar a “sobrecarga pontual elevada” sobre “a laje fungiforme”, o que levanta “o risco de poder desencadear o mecanismo de punçoamento [colapso local associado a uma rotura frágil, e praticamente sem aviso] e provocar o colapso da estrutura”, como cita o Jornal de Notícias (JN).

O mesmo documento aponta danos nas garagens e nos quatro andares do edifício, bem como “deformação da estrutura de betão armado” que terá causado o “esmagamento de tijolos, fissuras nas paredes, falta de coesão dos revestimentos e infiltrações”, como transcreve o mesmo jornal.

Este relatório foi pedido pelos moradores do edifício depois de terem verificado sinais de “deterioração do edifício” nos últimos anos e receando uma “tragédia irreparável”, como refere Ricardo Vieira, um dos residentes, ao JN.

Ricardo Vieira lamenta que enviou 14 emails à autarquia sem ter resposta. Finalmente, foi feita uma vistoria e a autarquia terá dado indicações para “desmantelar todas as infraestruturas ilegais” e, portanto, a piscina.

Mas só nesta segunda-feira é que a piscina terá sido esvaziada, embora não completamente.

“Se a piscina tem seis metros de comprimento e três metros de largura e 35 centímetros de água no fundo, ainda tinha cinco a seis toneladas de água. Fora a estrutura de betão e o peso do aço”, lamenta Ricardo Vieira ao JN.

Entretanto, a autarquia destaca que “o relatório da vistoria efectuada [pelo município] não refere o risco de punçoamento”, embora reconheça que “a situação poderá pôr em risco a segurança e salubridade de pessoas e bens”, conforme cita o jornal Região de Leiria.

O município reconhece ainda que a vistoria identificou “diversas patologias, bem como obras executadas em desacordo com o projecto aprovado, onde se inclui uma piscina na cobertura”.

Projecto previa piscinas, mas eram “amovíveis”

O presidente da imobiliária que vendeu os apartamentos explica ao JN que “no projecto estrutural ficou prevista a possibilidade de os terraços levarem piscinas em alguns locais”, mas salientou que eram piscinas “amovíveis” que levam “pouca água”.

Além disso, “os apartamentos foram vendidos sem piscinas”, vincou ainda, atirando para a proprietária da fracção a responsabilidade pela situação.

A reparação dos danos causados no prédio rondará os 145 mil euros, conforme revela Ricardo Vieira ao JN.

Um dos proprietários afectados é o guarda-redes Rui Patrício, da Selecção Portuguesa, e que detém dois imóveis no lote 3. “Chove na casa de banho dele, tal como na minha”, refere Ricardo Vieira ao mesmo jornal.

ZAP //

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