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Copacabana transforma-se em cemitério para denunciar resposta de Bolsonaro à pandemia

António Lacerda / EPA

Um grupo de ativistas brasileiros cavou 100 sepulturas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para relembrar as mais de 40 mil vítimas mortais da covid-19 no país.

De acordo com a BBC, as sepulturas foram escavadas, esta quinta-feira, ainda antes do amanhecer, no areal em frente ao Hotel Copacabana, por membros do grupo Rio de Paz, que pretendem denunciar a falta de ação do Governo para conter a pandemia.

Enquanto escavavam as sepulturas, os ativistas estavam vestidos com fatos de proteção semelhantes aos utilizados pelas equipas que tratam das vítimas mortais da pandemia. Para além de algumas bandeiras, também se podiam ver faixas com mensagens como, por exemplo, “O Brasil vai contra tudo o que se está a fazer no resto do mundo”, cita o site RT.

Em declarações à agência Reuters, citado pela emissora britânica, o organizador da iniciativa, António Carlos Costa, afirmou que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, “ainda não percebeu que esta é uma das crises mais dramáticas da história do Brasil”. “Famílias estão de luto por milhares de mortos, e há desemprego e fome”, acrescenta.

O organizador referiu que alguns apoiantes do chefe de Estado, ao verem a iniciativa, atacaram verbalmente os ativistas e destruíram alguns dos símbolos do protesto, entre os quais um homem que começou a derrubar as cruzes.

Eles sentem tanta raiva. Acho que estão a reproduzir o comportamento da pessoa que ocupa a posição mais alta do país”, lamentou António Carlos Costa.

Atualmente, o Brasil é o segundo país no mundo com mais casos – mais de 802 mil, apenas atrás dos Estados Unidos – e o terceiro com mais mortos (40.919, depois dos EUA e do Reino Unido).

A América Latina regista mais de 1,5 milhões de infetados e 70 mil mortos, mais de metade no Brasil, segundo um balanço da agência AFP.

ZAP //

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