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Portugueses preferiam comprar um carro usado a Rui Rio

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Paulo Novais / Lusa

O antigo presidente da Câmara do Porto, Rui Rio

Os portugueses acreditam que o ex-Presidente da Câmara do Porto seria melhor na liderança do PSD, seria melhor na oposição a António Costa e a melhor opção para ser primeiro-ministro.

De acordo com uma sondagem da Aximage para o Correio da Manhã, se tivessem de escolher, os portugueses apostavam em Rui Rio para suceder a Passos Coelho na liderança do PSD.

A sondagem perguntou em quem confiariam os eleitores se os dois candidatos estivessem a vender um carro em segunda mão: 56% optaram pelo ex-autarca do Porto e só 25,8% preferiam fazer negócio com Santana Lopes. Questionados sobre quem seria o melhor líder para os sociais-democratas, 67,5% dos inquiridos responderam que seria Rio e apenas 23,9% referiram Santana Lopes.

Por sua vez, entre os eleitores do partido que, na verdade são os responsáveis por escolher o novo líder, Rio também foi o preferido em todas as frentes. O antigo Presidente da Câmara do Porto tem 36 pontos de vantagem relativamente a quem será um melhor líder do PSD, a 39 pontos de distância relativamente ao melhor candidato para fazer oposição a António Costa e 35 pontos à frente sobre quem seria o melhor primeiro-ministro.

“São números que nos motivam e agradam e estão em sintonia com o que vemos no terreno”, disse ao jornal Salvador Malheiro, coordenador de campanha de Rui Rio. Já a candidatura de Santana assinala as diferenças entre esta sondagem e a feita pelo Expresso, dizendo que “alguma delas só pode ser brincadeira. O futuro dirá qual”.

Santana está na corrida para clarificar partido e país

O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentou a sua candidatura este domingo, em Santarém, num discurso em que, logo nas suas primeiras palavras, referiu um dos seus principais objetivos na corrida para as “diretas” de janeiro.

“Em 2005 disse que ia andar aí e nunca pensei que essas palavras tivessem até hoje tal impacto. Hoje estou aqui, vim para clarificar, porque o PSD precisa disso e Portugal também precisa disso”, declarou, recebendo uma prolongada salva de palmas.

Santana Lopes explicou depois qual uma das duas ideias de clarificação. “O PSD orgulha-se do trabalho de salvação nacional feito pelo Governo de Pedro Passos Coelho. Queremos um partido sem memória?“, questionou o ex-provedor, numa alusão aos sociais-democratas que se demarcaram do anterior executivo.

“Somos um partido que nasceu para ganhar e não para sermos segundo de alguém“, afirmou, dirigindo-se implicitamente aos seus adversários.

Orgulho de Marcelo e outras promessas

Santana também falou sobre o estilo que vai adotar caso seja eleito líder do PSD. “Não sou do estilo de líder político que goste de estar sempre zangado, crispado ou que se aborreça com as boas notícias. Durante a minha liderança, durante a minha oposição ao Governo, garanto-vos que quando boas notícias chegarem sobre Portugal, encontrarão um sorriso nos meus olhos”, disse.

Já nos pontos em que o PSD pretende “marcar a base e o cimento da alternativa a construir face à frente de esquerda”, Santana Lopes prometeu uma atitude diferente: “Seremos intransigentes”.

Sobre Marcelo Rebelo de Sousa, o antigo primeiro-ministro diz que “o PPD/PSD deve sentir orgulho de Portugal ter o Presidente da República” que tem e, por isso, deve haver compreensão em relação ao exercício do mandato presidencial.

“Ninguém pode compreender sempre todas as atitudes de cada responsável político. Às vezes podemos gostar de ver o Presidente da República mais distante do Governo em funções, mas os Presidentes da República não podem nunca ser oposição aos governos. Podem e devem ser a voz da consciência nacional quando os governos não a ouvem, como foi agora o caso da intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa depois das tragédias”.

Pedro Santana Lopes estendeu depois os elogios, insistindo na ideia de que “o PPD/PSD se orgulha da sua história, orgulha-se de Aníbal Cavaco Silva como Presidente da República”.

Na sua intervenção, o ex-presidente da Câmara de Lisboa fez também referências indiretas ao antigo líder socialista José Sócrates, que o derrotou nas eleições legislativas de 2005. Santana começou por advogar que, em Portugal, “o que está mal não é o povo”.

Em Portugal, disse, “está mal o modelo de crescimento e algumas elites políticas e económicas que eu denunciei em 2004 e 2005. Elites essas que, ao longo de anos – como hoje em dia se vê e eu denunciei em 2004 e 2005 – trataram deles próprios e não trataram de Portugal e dos portugueses”.

Debates com Rio em cada distrital do partido

O candidato sugeriu ainda às diferentes distritais e organizações regionais do partido que promovam debates com ele e o seu rival na corrida às diretas de janeiro.

Pedro Santana Lopes afirmou que sempre defendeu que o Conselho Nacional do partido marcasse as diretas para a escolha do sucessor de Pedro Passos Coelho para “um período mais à frente” e não logo para o início de dezembro, porque “os militantes têm de votar com fundamento”.

Não faço desafios a ninguém, mas gostaria que as distritais do partido e as organizações regionais, organizassem cada uma um debate”, sustentou o antigo primeiro-ministro entre 2004 e 2005.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. O Correio da Manha (manha e não manhã!), tem mesmo jeito para a comédia…
    Não é que o Rio seja nada de especial (do PSD esperava-se uma candidato mais novo e mais “moderno”!), mas qualquer comparação com o tontinho do Santana até é um insulto para as pessoas com o mínimo de capacidade de raciocinar…

      • O Passos de novo tinha pouco e de “moderno” NADA; a não ser que “novo moderno” seja vender o país ao desbarato e ser-se “coitadinho”!…
        Portanto esse “novo e moderno” é completamente dispensável para o PSD e principalmente para o país!!

  2. No dia em que sociais-democratas sulistas e afins escolham a má-moeda SL em vez da BOA-MOEDA BOA-MALHA e BOA-FOLHA DE SERVIÇOS do Rui Rio, cavarão a sua própria sepultura.
    O eleitorado social-democrata do resto do País voltar-se-á definitivamente para o CDS-PP ou até eventualmente para o PNR.
    Se os sulistas brincarem com o fogo do lixo SL, reduzir-se-ão a lixo.

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