A presidente da assembleia nacional francesa deixa um alerta à comunidade portuguesa antes das eleições deste domingo: cuidado com a extrema-direita.
A presidente cessante da Assembleia Nacional – a câmara baixa do parlamento – alerta que a comunidade portuguesa residente em França deve temer a extrema-direita.
Yaël-Braun Pivet salienta que a União Nacional (Rassemblement National (RN)) propõe um projeto que discrimina todos os cidadãos com dupla nacionalidade.
“A União Nacional propõe hoje uma política de divisão, xenófoba e que separa as pessoas entre os que detêm a dupla nacionalidade e os que só têm a nacionalidade francesa. É muito grave”, afirmou Yaël-Braun Pivet, em declarações à agência Lusa, à margem de uma ação de campanha no centro de Paris.
A presidente da Assembleia Nacional francesa aludia a uma proposta da União Nacional para impedir que os cidadãos franceses que têm uma segunda nacionalidade acedam a certos empregos da função pública. Segundo o partido, seriam “muitos poucos casos”, reservados a setores “extremamente sensíveis” do Estado, como a diplomacia, a segurança ou a defesa.
Para a presidente cessante da Assembleia Nacional francesa, esta proposta “de certeza que é inconstitucional”, porque viola o princípio, consagrado no primeiro artigo da Constituição francesa, que estabelece “a igualdade, perante a lei, de todos os cidadãos, sem distinguir a origem, raça ou religião”.
É uma proposta “a nível intelectual, ético e filosófico, contrária a toda a história da França e à identidade do nosso país”, acrescentou ainda a quarta figura do Estado francês.
Portugueses devem ter medo?
Questionada pela Lusa se considera que, dado o contexto, a comunidade portuguesa residente em França deve temer um Governo da União Nacional, Braun-Pivet respondeu: “Acredito que sim”.
E o resto da Europa também
Nestas declarações, Braun-Pivet avisou que um eventual Governo extremista seria “muito problemático” a nível europeu, e em particular no apoio à Ucrânia, por implicar uma “tensão entre os dois líderes do executivo: o Presidente da República e o primeiro-ministro, assim como os respetivos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa”.
“Nestes momentos de tensão, é preciso que a França fale a uma só voz e o Presidente Macron tem representado a voz da França a nível internacional de uma forma extremamente brilhante e reconhecida. Seria de evitar que agora um Governo de outra cor política viesse interferir com essa mensagem”, salientou.
Extrema-direita bem lançada
As eleições legislativas antecipadas em França decorrem este domingo, 30 de junho (primeira volta), e a 7 de julho (segunda volta).
Depois de uma vitória esmagadora da extrema-direita francesa nas eleições europeias deste mês — em que a União Nacional de Marine le Pen, venceu com 31,5% dos votos, o dobro do partido do presidente Emmanuel Macron — o chefe de Estado viu-se forçado a convocar eleições legislativas antecipadas, para “devolver a palavra aos cidadãos”.
As sondagens ditam mesmo que o partido de extrema-direita ameaça tornar-se a maior força na Assembleia francesa após as duas voltas de votação que se avizinham.
ZAP // Lusa
Totalmente mentira. A Le Pen deixa bem claro que qualquer cidadão estrangeiro que respeite as leis e a cultura tem a porta aberta. O problema da Le Pen é com quem não respeita a França.
Típico da esquerda, espalhar mentiras, truncar, tirar fora do contexto…