European People's Party / Wikimedia
Éric Ciotti, líder do partido conservador francês Os Republicanos
Na tarde desta quarta-feira, o principal partido de direita francês destituiu o líder Éric CiottI por querer aliar-se a Marine Le Pen nas legislativas do final de 30 de junho. No entanto, após uma reunião que se estendeu até de madrugada, Os Republicanos voltaram atrás na decisão.
O principal partido da direita francesa, Os Republicanos, decidiram destituir o seu presidente, Éric Ciotti, por propor uma aliança inédita com a extrema-direita para as legislativas antecipadas de 30 de junho e 7 de julho.
A proposta de Ciotti de aliança com a União Nacional (RN, na sigla em francês), atualmente liderada por Jordan Bardella mas que mantém presente a figura de Marine Le Pen, desencadeou na terça-feira uma crise interna no partido.
Ciotti tinha sido excluído “por unanimidade” da comissão executiva de Os Republicanos – a corrente política herdeira do general Charles de Gaulle e de vários outros Presidentes da República de França, como Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.
No entanto, numa reunião que se estendeu até à madrugada desta quinta-feira, Os Republicanos anunciaram que não reconheceram a decisão da comissão executiva de destituir Éric Ciotti.
Na reação, Ciotti afirmou continuar na liderança do partido e defendeu que a reunião da comissão executiva, além de não ter validade jurídica, podia ter “consequências criminais”.
“Flagrante violação dos estatutos”
De acordo com um comunicado do partido, divulgado nas redes sociais na quarta-feira à noite, a reunião “realizou-se em flagrante violação” dos estatutos, porque “ninguém tem o poder de convocar a comissão executiva sem a intervenção do presidente”.
Os Republicanos acrescentaram que, uma vez que a reunião “não tem valor jurídico”, “nenhuma das decisões tomadas nesta reunião tem consequências legais”.
Aliança inédita com Le Pen está de pé
Mais tarde, numa entrevista à televisão CNews, Ciotti garantiu que a maioria dos eleitores dos LR é a favor de uma aliança com a extrema-direita e defendeu que é um passo necessário para a sobrevivência do partido.
Na terça-feira, Ciotti tinha proposto uma aliança inédita com a União Nacional.
Até agora, o partido da direita republicana em França sempre recusou formar uma aliança com a extrema-direita, que venceu, por larga margem, as europeias no país.
A proposta de Ciotti surgiu depois de o Presidente francês ter decidido dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas, a 30 de junho e a 07 de julho, na sequência do fracasso do partido Emmanuel Macron nas eleições para o Parlamento Europeu.
ZAP // Lusa
