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Portugueses na Venezuela com dificuldades em reservar voos para Portugal

Carlos Colina / Wikimedia

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A comunidade portuguesa da Venezuela está a ter dificuldades em reservar passagens aéreas para Portugal devido à escassez de lugares e tarifas elevadas, disse hoje em Caracas, o deputado social-democrata Carlos Páscoa.

“Um dos grandes problemas que percebi, nos contactos com pessoas da comunidade, é a dificuldade que estão a ter em reservar passagens para visitar Portugal. Primeiro porque não há lugares vagos, depois pelo preço exorbitante. Já se fala, em passagens em classe económica, de valores acima de 3.000 euros, e assim mesmo, têm dificuldades, porque os voos estão todos cheios”, disse.

Eleito pelo Círculo de Emigração de Fora da Europa, Carlos Páscoa falava à agência Lusa no âmbito de uma visita à Venezuela, onde contactou portugueses de Caracas e dos Estados de Miranda, Anzoátegui, Arágua, Carabobo e Nueva Esparta.

O deputado sublinhou não conseguir perceber como é que, com passagens a esse preço, os voos entre a Venezuela e Portugal estejam cheios e considerou que, além de fazer férias, “alguma coisa de mais profundo deve estar a acontecer para as pessoas se prontificarem, num país onde os salários não são propriamente elevados, a gastar 3.000 euros”.

Na sua opinião, “na matriz do problema” está “a grande preocupação com o que se passa na Venezuela, com os problemas de insegurança, tanto social, como pessoal e jurídico”.

Tudo para estar mais perto da pátria

Carlos Páscoa considera que o recente aumento da taxa de câmbio para atividades de turismo, que passou de 6,30 bolívares para 11,30 bolívares por dólar, não influirá num eventual distanciamento dos lusodescendentes de Portugal, se os preços das passagens se mantiverem “num patamar razoável, próximo dos 1.000 euros”.

“Agora quando além do aumento do câmbio ainda tem a multiplicação por três do preço da passagem, realmente acredito que seja um pouco mais difícil. É uma situação onde Portugal obviamente não pode ter ingerência, é um assunto da Venezuela“, disse.

No entanto, frisou que deve fazer-se o que for possível fazer “porque esta ligação com os lusodescendentes é fundamental, porque os portugueses de origem são cada vez menos e a comunidade tem de ser assegurada pelos lusodescendentes”.

“É fundamental que mantenham a ligação ao seu país de origem, porque é essa ligação que faz com que Portugal esteja e continue presente na Venezuela”.

Questionado sobre as dificuldades das linhas aéreas internacionais que operam na Venezuela, e de dificuldades em repatriar capitais, Carlos Páscoa disse ter lido sobre a questão na imprensa local, que também avançava que o Governo venezuelano previa regularizar a situação a partir de fevereiro.

“Se isso ocorrer, acredito também que as próprias empresas que fazem as ligações internacionais possam estar na disposição de aumentar os seus investimentos”, afirmou ao salientar ser “até mais importante” a ligação dos lusodescendentes a Portugal, porque os portugueses de origem já possuem esse sentimento de proximidade.

/Lusa

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