Em defesa da Amazónia, portugueses estão a boicotar carne brasileira

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Os portugueses estão a boicotar alguns produtos brasileiros, em protesto contra a devastação causada pelos fogos na Amazónia. 

A Associação dos Comerciantes de Carnes do Concelho de Lisboa e Outros (ACCCLO) revela que há já vários estabelecimentos comerciais a boicotar a picanha, a maminha e o lombo de novilho brasileiros.

Em declarações ao Expresso, José Carlos Silva, dono de um talho em Lisboa — onde a carne importada do Brasil foi banida esta semana — e membro da direção da ACCCLO, diz que “é preciso alertar as consciências”.

De acordo com o semanário, alguns talhos portugueses já trocaram a picanha brasileira pela carne do Uruguai e da Argentina e há cada vez mais clientes, não só nestes estabelecimentos mas também nos restaurantes, a questionar a proveniência da carne.

Este domingo, a Greenpeace pediu à comunidade internacional um boicote a produtos brasileiros provenientes de áreas desflorestadas, sendo esta a forma de colocar pressão económica sobre a industria do país.

“Seria importante que os países mandassem as suas empresas não aceitar produtos que venham de áreas desflorestadas. Que só aceitem produtos livres de desflorestação, livres de problemas sociais brasileiros, livres de invasões indígenas, tentando colocar uma pressão económica sobre a industria brasileira, para que as empresas do Brasil, que praticam esses crimes, se comprometam a parar”, disse à agência Lusa Rômulo Batista, biólogo e especialista em Amazónia, da Greenpeace Brasil.

“Esta mobilização internacional chamou muita a atenção para o tema. É muito importante que toda a gente saiba o valor que a floresta da Amazónia tem, assim como as pessoas que vivem nessa região, como os povos indígenas, que são os verdadeiros guardiões da floresta”, acrescentou o especialista.

No final de agosto, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil chegou a avisar o Governo Federal de que algumas das principais marcas internacionais, incluindo Timberland, Vans e Eastpak, tinham suspendido as compras de couro, mas depois corrigiu a informação, dizendo que as marcas pediram apenas “esclarecimentos adicionais” sobre a origem e a rastreabilidade do produto.

Entretanto, segundo o semanário, os apelos para boicotar a carne brasileira multiplicam-se. A Finlândia, na presidência rotativa da União Europeia (UE), apelou mesmo aos Estados-membros para analisarem um possível boicote à importação de carne brasileira e o acordo histórico entre a UE e o Mercosul pode estar em risco.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro (Inpe), nos seis primeiros meses do ano houve um crescimento de 212% nas áreas desflorestadas da Amazónia face ao mesmo período de 2018.

Porém, os valores registados em julho vieram mostrar um aumento muito superior, com a desflorestação da Amazónia a aumentar 278% nesse mês, em relação ao período homólogo de 2018.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Primeiro é necessário conhecer os factos, suposições não são factos, usar suposições e fazer disso base para um boicote não é de todo bom. Outra coisa, afirmar na noticia: “Os portugueses estão a boicotar alguns produtos brasileiros, em protesto contra a devastação causada pelos fogos na Amazónia.” dá a entender que todos os portugueses estão envolvidos nesse boicote e isso não é verdade, eu sou um dos que não compactua sequer com esse boicote e muito menos o faz.

    • Caro Pois, pois…
      Que bom que existem pessoas iguais a você que se opõe a manada e não digere tudo sem antes analisar os factos.
      Sou brasileiro vivo no sul do país.
      E posso afirmar, Há sim um grande boicote por parte da nossa mídia e membros do partido comunista que queriam nos tornar uma Venezuela.
      Fazem de tudo pra derrubar nosso atual governo. Essas queimadas sempre existiram nessa época do ano. 2002 foi bem pior… porém nosso governo pagava milhões para as Grandes Midias inclusive internacionais.

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