O português Miguel Patrício lidera a Kraft Heinz, que está a colaborar com cientistas de Harvard para tornar o açúcar mais saudável.
É impossível negar que o açúcar é aditivo. No limite, podemos dizer que o açúcar é vicia, uma vez que o seu consumo afeta a produção de neurotransmissores como a serotonina (associada à sensação de bem-estar) e dopamina (recompensa), associando assim o consumo de açúcares a uma sensação de prazer, bem estar e felicidade.
Infelizmente, o consumo desmedido de açúcar é prejudicial à nossa saúde. O excesso de açúcar numa dieta pode levar à diabetes, mas antes disso, a problemas circulatórios, oculares, deficiência de cicatrização, perda de sensibilidade nas extremidades e lesões em órgãos, como rins, olhos e cérebro.
Para nossa mal, o açúcar não está apenas em lugares que você esperaria, como refrigerantes e doces — também está escondido em pães, sopas, carnes curadas e uma miríade de outros alimentos.
Para nosso bem, cientistas de Harvard estão agora a tentar tornar o açúcar mais saudável. Os investigadores da universidade norte-americana estão a trabalhar em colaboração com a Kraft Heinz, uma multinacional que é atualmente a quinta maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, liderada pelo português Miguel Patrício.
A Kraft Heinz, resultante da fusão entre a Kraft Food e a Heinz em 2015, tem com objetivo reduzir a quantidade total de açúcar nos seus produtos em quase 30 mil toneladas até 2025.
À frente da Kraft Heinz está o português Miguel Patrício, que já passou por empresas como Philip Morris, Coca-Cola e Johnson & Johnson.
O presidente da multinacional norte-americana nasceu em Lisboa e partiu aos oito anos com os pais para o Brasil no rescaldo do 25 de Abril.
Reduzir o açúcar não é tão simples quanto trocar a sacarose por Stevia.
Além de fornecer doçura, o açúcar desempenha uma série de outras funções que tornam os alimentos apetitosos. Reduzir o teor de açúcar nos alimentos pode torná-los mais saudáveis, “mas também cria o desafio de tentar encontrar maneiras alternativas de replicar todas as outras qualidades do açúcar”, lê-se num comunicado do Wyss Institute, da Universidade de Harvard.
Os investigadores estão a usar enzimas inspiradas no tipo que as plantas usam para transformar açúcar em fibra. A equipa conseguiu criar uma enzima que permanece encapsulada até atingir um aumento no pH — como quando passa do estômago para os intestinos. Desta forma, consegue converter o açúcar em fibra, fazendo com que menos açúcar seja absorvido pelo organismo, explica o site Freethink.
“Além de encontrar uma solução que fosse tecnicamente sólida, era igualmente importante que a nossa solução funcionasse no mundo real da fabricação de alimentos, porque algo que só funciona em condições de laboratório não é muito útil”, afirmou a cientista Adama Sesay.
A enzima está agora a ser testada em ratos, com o objetivo de que um dia possa ser vendida a empresas da indústria alimentar.
Impossível tornar isso saudável. Tenho dito.
O resto é marketing.
Mesmo! Se querem tornar os seus produtos “menos” prejudiciais, então que comecem a reduzir essas quantidades de açúcar abusivas que usam nos seus produtos e que continuem a faze-lo ao longo do tempo…