Portugal vai participar em missão da UE para acompanhar navios no Mar Vermelho sob ameaça das milícias Huthis, que põem em risco a navegação e comércio internacional.
O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou esta segunda-feira que Portugal vai participar na missão da União Europeia (UE) para acompanhar navios no Mar Vermelho sob ameaça das milícias Huthis, estando por definir os moldes da participação portuguesa.
“Portugal apoiará esta missão […], incluirá uma componente de capacidade de intervenção em defesa de navios que estejam a ser ameaçados e do nosso lado o Ministério da Defesa dirá qual é a disponibilidade para apoiarmos. Não será seguramente com uma fragata ou um navio, mas haverá alguma participação do nosso lado”, disse João Gomes Cravinho, no final de uma reunião dos ministros da UE com a pasta da diplomacia, em Bruxelas.
A diplomacia comunitária discutiu esta segunda-feira a criação de uma missão no Mar Vermelho para repelir os ataques das milícias Huthis do Iémen à navegação internacional.
Para que essa missão avance, seria necessário tratar de etapas relativas ao mandato e ao plano militar da missão, à necessidade de participação do Comité Militar da UE e ao adiamento do lançamento para fevereiro, de acordo fontes comunitárias.
A ideia seria tornar de âmbito europeu a operação conjunta da Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Noruega, Países Baixos e Portugal, com comandos e fundos da UE, que existe desde 2020 no Estreito de Ormuz e no Golfo de Omã para proteger a navegação internacional.
Sabotagem a navios desde 7 de outubro
Os rebeldes iemenitas começaram a atacar embarcações como resposta à intervenção militar que Israel está a levar a cabo contra o Hamas no enclave palestiniano da Faixa de Gaza. Porta-vozes dos Huthis anunciaram que o fim das hostilidades no Mar Vermelho depende do fim dos bombardeamentos israelitas em Gaza.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, agravou-se a situação no Mar Vermelho devido às ações armadas dos rebeldes, que controlam uma grande parte do Iémen. O objetivo do grupo é impedir o tráfego marítimo internacional, alegando solidariedade com os palestinianos em Gaza.
Os rebeldes afirmaram que estão a atacar os navios que viajam para Israel com drones e foguetes, embora não ainda não seja claro se todos os navios atacados se dirigiam realmente ao território israelita.
Os Huthis têm como alvo os navios que viajam através do Estreito de Mandeb, também conhecido como Portão das Lágrimas, um canal de 32 quilómetros de largura conhecido com fama de ser perigoso de navegar. A área está entre o Iémen, na Península Arábica, e Djibuti e Eritreia, na costa africana e é a importante rota pela qual os navios podem chegar ao Canal de Suez vindos do sul.
O principal aliado de Israel, os EUA, criou em dezembro uma coligação internacional — com a participação do Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seicheles e Espanha — para proteger o tráfego marítimo dos ataques dos Huthis nesta zona estratégica, por onde passa 12% do comércio mundial.
ZAP // Lusa
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