/

Portugal tem novo plano para salvar a língua Mirandesa

Nova Estrutura de Missão dedicada à preservação da língua tem quatro grandes objetivos para salvar a herança cultural, que está em situação “muito crítica” e pode vir a “morrer” em menos de três décadas.

A língua mirandesa, reconhecida como uma herança cultural única em Portugal, contará com uma nova Estrutura de Missão dedicada à sua preservação e promoção, entre 2024 e 2028.

O plano surge a partir das recomendações do Grupo de Trabalho para a Promoção da Língua Mirandesa, criado este ano, que apresentou um relatório com estratégias específicas para assegurar a continuidade do idioma, ameaçado devido ao abandono.

O plano estratégico delineado pelo grupo baseia-se em quatro objetivos principais: a criação da referida Estrutura de Missão, a garantia de recursos necessários para a preservação da língua, o aumento do número de falantes com enfoque na transmissão intergeracional e ainda a ampliação da visibilidade e valorização do mirandês.

Um estudo elaborado pela Universidade de Vigo (UVigo), em Espanha, concluiu que a língua mirandesa está numa situação” muito crítica” devido ao abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas.

As conclusões do estudo iniciado em 2020 apontam que a rotura com este idioma transmontano se dá “sobretudo nos nascidos entre 1960-1980”, quando “se operou uma forte portugalização linguística”, através “da imprensa, rádio, TV, escola e administração pública”.

A língua pode vir a morrer em menos de 30 anos.

O novo esforço coletivo visa não só preservar a língua, mas também assegurar que as futuras gerações continuem a valorizá-la e a utilizá-la no quotidiano, garantindo assim a sua sobrevivência e relevância cultural.

O grupo, composto por representantes de diversas instituições, sublinhou a importância de uma coordenação eficaz entre diferentes áreas governativas para garantir a implementação bem-sucedida destas medidas.

“A proposta sublinha a necessidade de articulação entre diferentes áreas governativas para assegurar uma implementação eficaz das medidas”, explicou fonte do Grupo de Trabalho ao Jornal de Notícias.

A proposta foi unanimemente aprovada por entidades como o Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, o Património Cultural, I.P., a Direção-Geral da Educação, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., o Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, a Autarquia de Miranda do Douro e a Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.