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Portugal saiu do lixo. Sete anos depois, Moody’s sobe rating do país

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O.I.N. / Wikimedia

A agência de notação financeira Moody’s subiu esta sexta-feira o rating de Portugal para Baa3, com perspetiva estável, retirando o país do ‘lixo’.

A Moody’s subiu o rating de Portugal para o nível Baa3, com perspetíva estável, isto é, o primeiro grau de investimento. Este upgrade é justificado pela agência de notação financeira pela descida do elevado nível de endividamento e pelo crescimento económico do país.

A dívida portuguesa estava há sete anos no ‘lixo’. Agora, a Moody’s juntou-se às restantes maiores agências do mundo, que tinham também dado este passo após a crise, avança o Jornal Económico.

“O principal condutor do upgrade é a visão da Moody’s que a dívida geral do Governo está a mover-se para uma tendência descendente sustentável e gradual, com esperadas melhorias na capacidade de absorção de choques por parte da folha de balanço do governo nos próximos anos consistente com um rating soberano em grau de investimento”, explica o relatório, publicado esta sexta-feira.

Segundo a agência, o rácio da dívida pública face ao produto interno bruto (PIB) caiu 4,5% em 2017, para 124,7%. Esta queda foi o resultado do forte crescimento económico e um excedente primário saudável.

A projeção reviu em baixa a projeção para a dívida e aponta agora para 116% do PIB em 2021, ou seja, menos 13 pontos base que no final de 2016 e 4 pontos base menor que a estimativa anterior.

A confiança da Moody’s tem como base as “significantes melhorias orçamentais“, com um défice abaixo de 3%. Além disso, destaca também “o progresso feito na restruturação dos bancos mais fracos, o que na visão da Moody’s reduziu materialmente os riscos que o setor da banca representa para o orçamento”.

Segundo a Moody’s, uma subida do rating de Portugal poderá acontecer se as sustentáveis melhorias económicas e fiscais forem suficientes para suportar uma aceleração na redução da dívida e aproximá-la da média dos seus pares com notação ‘Baa’.

Estas melhorias teriam de ser suportadas por uma “robusta implementação de reformas macroeconómicas” de âmbito estrutural, o que aumentaria o seu potencial acima da atual estimativa moderada e ajudaria a compensar os constrangimentos demográficos, adianta ainda o Jornal de Notícias.

“Notável desempenho da economia”

O ministro das Finanças, Mário Centeno, considerou que a revisão em alta do rating da República pela agência Moody’s “revela um notável desempenho da economia portuguesa” e mostra que o caminho escolhido há três anos pelo atual Governo “é credível”.

“Esta consolidação do ‘rating’ da República portuguesa no grau de investimento pelas quatro principais agências de notação financeira é um sinal claro de que o caminho que escolhemos há três anos é um caminho credível, era um caminho possível que está a ser feito com base no equilíbrio das contas públicas”, disse o ministro.

Para Mário Centeno, “estas avaliações refletem o mérito dos portugueses em ultrapassar as dificuldades” que foram “colocadas durante a crise”.

“Esse reconhecimento revela o notável desempenho da economia portuguesa em várias dimensões, desde logo no crescimento, na criação de emprego e na redução do desemprego, mas também no facto de este crescimento ser sustentado em dois pilares que reforçam a confiança no futuro, no investimento e nas exportações“, afirmou Centeno.

Marcelo agradece aos portugueses

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu aos portugueses os esforços destes anos, que permitiram a decisão de mais uma agência internacional de notação financeira de subir o rating atribuído a Portugal.

Numa nota publicada no site da Presidência, o chefe de Estado sublinha que esta agência, a norte-americana Moody’s, foi “a última a reconhecer” a recuperação do país e “a reconhecer agora que o investimento em Portugal é credível e com futuro“.

ZAP // Lusa

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