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Portugal foi o país da União Europeia onde o desemprego jovem mais cresceu

José Sena Goulão / Lusa

Um quarto dos jovens portugueses continua desempregado. Entre setembro e outubro do ano passado, Portugal foi o país da União Europeia onde o desemprego jovem mais cresceu.

Entre setembro e outubro do ano passado, Portugal foi o país da União Europeia onde o desemprego jovem mais cresceu, passando de 24,6% para 25,6%.

Ainda é cedo para dizer se a tendência veio para ficar ou se estamos perante uma subida pontual, algo que o Instituto Nacional de Estatística (INE) ajudará a explicar com os dados mensais que serão divulgados esta segunda-feira.

Ainda assim, este crescimento contraria a tendência de descida registada na maioria dos países, e há um conjunto de fatores que podem explicar que um quarto dos jovens continue desempregado.

De acordo com o Público, a desadequação entre a formação e as necessidades das empresas, a retoma do emprego em setores que não valorizam as qualificações mais elevadas ou a reformulação dos estágios apoiados pelo Estado.

Em contraste com a redução da taxa de desemprego global e com a melhoria do mercado de trabalho, verificou-se no terceiro trimestre de 2017 um agravamento do desemprego jovem, em comparação com o trimestre anterior, interrompendo assim a descida em cadeia verificada desde o início do ano.

“Tenho alguma dificuldade em acompanhar a leitura de que o desemprego jovem esteja a evoluir em contraciclo com a evolução global do mercado de emprego”, disse ao Público Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego.

“Se olharmos para os últimos dois anos tínhamos uma taxa de desemprego jovem que estava acima dos 30% e no terceiro trimestre de 2017 tínhamos 24,2%, em linha com a evolução da taxa de desemprego global. Houve nalguns meses uma evolução em cadeia positiva, mas é normal que aconteça”, explica.

Ainda assim, Miguel Cabrita não nega que a taxa de desemprego jovem ainda é elevada e “uma preocupação“. O economista João Cerejeira afirmou, por sua vez, que a taxa continua muito alta e que se inverteu “a tendência de descida deste agregado”.

Ao jornal, adiantou algumas hipóteses para o que está a acontecer: “Há que destrinçar se esta evolução tem mais a ver com a estrutura da economia, ou se decorre de outros fatores como a alteração das regras dos estágios profissionais em meados de 2017″.

Taxa de desemprego caiu para 8,4% em outubro

Segundo o Eco, a taxa de desemprego voltou a descer em outubro de 2017 para 8,4%, o valor mais baixo desde fevereiro de 2005. Os dados foram avançados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Agora, o INE estima que a população desempregada seja de 435 mil pessoas – menos 4,6 mil do que o registado no mês anterior. Já a população empregada deverá ser de 4.730,7 mil pessoas, mais 12,1 mil trabalhadores do que o verificado em setembro.

Para o mês de novembro, o INE projeta nova queda, para 8,2%.

ZAP //

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